Há algumas décadas, os jogos digitais têm se tornado muito populares entre os brasileiros. É muito fácil encontrar pessoas que têm os games como uma das principais atividades de lazer e entretenimento. Devido ao seu alto consumo, o Brasil ocupa a posição de 13º maior mercado do mundo. Basta esse dado para constatar que existe um mercado promissor para quem deseja atuar na área de jogos.
De acordo com o professor Leandro Moreira (foto acima), Coordenador de Jogos Digitais da escola Pixels, a área de games é multidisciplinar. Ele destaca como principais possibilidades de atuação: game designer, artista e programador. Ao game designer cabe trabalhar no projeto de jogos e aplicações gamificadas, levantando informações e caracterizando o projeto desde o roteiro até a definição do público e plataformas-alvo. Já o artista atua no desenvolvimento de artes conceituais, modelos 3D de cenários e personagens. Por fim, o programador atua com uma lógica diferenciada de programação, focada em jogos. “Outros profissionais são bem-vindos ao ramo, como os sound designers, profissionais do marketing e administradores”, explica Leandro.
Além dessas possibilidades, há também os influenciadores da área, os produtores de conteúdo, os jogadores profissionais e treinadores. É o caso do publicitário Raul Ponte, que atua como jogador profissional (chamado também de streamer) há um ano. Para ele, as possibilidades do mercado são enormes. “Você pode trabalhar em desenvolvimento de jogos, indo desde o roteiro até a distribuição, pode ser responsável por divulgação, análise, críticas etc.”, conta.
Transmissões
O número de streamers brasileiros tem crescido e os famosos no Twitch.tv, na plataforma mais popular entre os gamers, chegam a uma média de 30 milhões de visualizações. Nessa plataforma, é possível encontrar pessoas transmitindo jogos a qualquer hora do dia. O Twitch.tv contribui com os jogadores profissionais a depender da quantidade de visualizações nas transmissões ao vivo. Os anúncios também são uma fonte de receita, o que tem atraído marcas para o setor. No Brasil, a cultura gamer e o mercado de jogos movimenta anualmente US$ 1,5 bilhão, segundo dados da consultoria Newzoo.
Apesar de promissora, Raul Ponte (foto acima) relata que a carreira de jogador profissional tem desafios, entre eles a desvalorização da profissão por parte de algumas pessoas. “Algum investimento que não dá certo, um jogo lançado que não alcançou as expectativas, uma meta de visualizações não atingida ou até mesmo o preconceito de amigos, familiares e dos próprios profissionais em pensar que viver de game é brincadeira de criança”, conta o jogador.
Na opinião de Raul Ponte, o mercado de jogos é bem profissionalizado, mas ainda tem espaço para novos nomes. Segundo Leandro Moreira, os estúdios brasileiros desenvolvedores de jogos têm relevância. Eles criam jogos para o mundo, utilizando de iniciativas privadas ou públicas, por meio de editais, para produzi-los. “São jogos para fins de entretenimento, advergames (jogos de propaganda), jogos casuais, como cartas, e aplicações gamificadas utilizando realidade virtual e realidade aumentada”, explica.
Carreira
Gostar de jogar é importante para atuar na área, porém não é determinante para alcançar uma vaga no mercado de trabalho. Para os especialistas, é necessário que o profissional identifique e busque capacitação e atualização na área. “Estar atualizado das novidades, ter vontade de fazer o conteúdo bem feito e original e conhecer novas pessoas”, indica Raul.
Para Leandro Moreira, transformar a diversão de trabalhar com jogos em um meio de vida é possível, mas exige esforço, estudo e muita dedicação. O professor orienta que antes de procurar um curso de formação é preciso que o interessado identifique suas habilidades. “Se a pessoa gosta de ler e escrever, pode ingressar na área de roteiros. Se o foco é desenhar, pode ser artista 2D. Se gosta de arte e tem uma boa noção espacial, pode entrar na arte 3D, incluindo modelagem e animação. Se é uma pessoa com raciocínio mais lógico e curte códigos, pode seguir como programador”, exemplifica o professor.
Cursos
No Brasil, a oferta de cursos universitários na área de jogos aumentou nos últimos anos, porém esse não é o único caminho para quem deseja atuar na área de games. Pode-se optar por outras graduações, como Engenharia e Ciência da Computação e Design. Para quem deseja buscar um curso com uma duração menor do que uma graduação, há no mercado cursos específicos para área com a duração média de um ano e meio.
Na escola de design e tecnologia Pixel, existem cursos voltados para a área ofertados para o público infantil e adulto. Crianças a partir de 7 anos podem aprender sobre robótica, lógica de programação para jogos e desenvolvimento de projetos. Para adolescentes a partir de 12 anos, existem cursos sobre arte 2D e 3D que também podem ser aplicadas a jogos.
Para quem se interessa em atuar no mercado de games, o professor Leandro Moreira indica o curso StartGame, que trabalha com game design, artes para jogos e programação com ferramentas de mercado. “É voltado para público jovem e adulto, com o objetivo de sair com pelo menos três demos de jogos feitos em sala de aula”, explica.
O primeiro módulo tem duração de 10 meses, e há a opção de um módulo avançado, com duração de 18 meses.
Saiba mais:
Pixel Escola de Design e Tecnologia
https://www.pixelsescola.com/