Qual carreira devo seguir? Essa pergunta sempre vem à mente dos jovens que estão próximos de concluírem os estudos. A decisão, que pode durar pelo resto da vida, é o primeiro passo em direção ao mercado de trabalho. A orientação profissional (OP) é um serviço oferecido por algumas escolas e profissionais que trabalham com a formação de jovens. Ela auxilia na escolha a ser seguida, de acordo com o perfil de cada pessoa. Seus facilitadores devem ser profissionais capacitados, geralmente psicólogos ou pedagogos, que possuem formação complementar em orientação profissional.
O período indicado para a realização da OP é a partir do 2º ano do Ensino Médio, por volta dos 16 anos. Elissandra Aquino (foto acima) é psicóloga com curso de formação em orientação profissional e aplica o serviço na escola onde trabalha e em consultório clínico. Para ela, antes disso, seria prematuro para o jovem passar por esse processo. "A maturidade ainda não está voltada para o momento de escolha profissional. Há também os conflitos naturais da adolescência, a pressão de ter que escolher a profissão sem saber se será para a vida toda. Isso gera muita angústia e incerteza", opina.
Dinâmicas
O processo de orientação profissional dura cerca de oito sessões para um ciclo completo, no qual o jovem segue uma didática baseada em três pilares: autoconhecimento, informações sobre o mercado de trabalho e escolha profissional. São desenvolvidas atividades para o jovem explorar seus interesses, habilidades e aptidões. Também apresentam as profissões e o mercado de trabalho, englobando não só as possibilidades locais, mas também carreiras fora do Estado e do país, caso seja de interesse do participante.
Para finalizar, seguem o processo de escolha por meio de dinâmicas e testes vocacionais. Ao final da orientação profissional, o responsável pela dinâmica faz uma entrevista devolutiva com o jovem para apresentar os resultados que podem guiá-lo para uma carreira mais adequada, conforme o seu perfil.
O processo também pode ser realizado por quem está em dúvida sobre uma carreira já escolhida. São pessoas que já começaram ou concluíram cursos de graduação e se encontraram insatisfeitas com a carreira que escolheram.
Quando estava no 2º ano do Ensino Médio, Lucas Felício fez a orientação profissional disponibilizada pelo colégio. Ele tinha dúvidas sobre qual carreira seguir por ter afinidade com criação, mas tinha influência da família para a área jurídica. Foi no processo de OP que ele considerou o curso de Arquitetura. “Comecei a pesquisar o curso, me identifiquei imediatamente e, quando prestei o Enem, tentei apenas para Arquitetura. Não tinha mais dúvidas do que eu queria e consegui entrar em uma universidade federal”, conta. Hoje, ele está concluindo a graduação e estagia em um grande escritório de Fortaleza.
O processo também pode ser realizado por quem está em dúvida sobre uma carreira já escolhida. São pessoas que já começaram ou concluíram cursos de graduação e se encontraram insatisfeitas com a carreira que escolheram para seguir. Essas pessoas veem na reorientação profissional uma oportunidade mais assertiva de encontrarem uma carreira que mais as agrada, com mais maturidade, além de buscarem entender os problemas que envolveram a primeira escolha, como pressão familiar e dúvidas.