Os 6 C’s dos conflitos em condomínios

Quem nunca teve um problema com um vizinho? Entenda a origem dos principais atritos e como lidar com eles.

A boa convivência em condomínios é um desafio para muitas pessoas. Afinal, lidar com vizinhos que têm preferências, hábitos e rotinas distintos dos nossos nem sempre é fácil.

Leandro Magalhães, Analista de Produtos e Negócios da Intelbras – empresa que desenvolve tecnologias em centrais condominiais – resume os principais conflitos em condomínios em seis palavras, todas iniciadas com a letra C: controle de acesso, carro, cachorro, cano, criança e calote.

E não foi à toa que o especialista chegou a essa conclusão. É com base nos relatos de síndicos e especialistas em direito imobiliário que Leandro Magalhães desenvolveu seu ponto de vista, detalhado logo a seguir.

Entender como cada uma dessa expressões ocorre no dia a dia pode ajudar a melhorar a convivência entre moradores e a ter um ambiente mais pacífico dentro dos condomínios, sejam eles de casas ou apartamentos.

“É fundamental para os síndicos e os condôminos tomarem conhecimento dos seis C's. Entendê-los irá ajudar a evitar ou abrandar a ocorrência de conflitos, já que o diálogo e a mediação são os mais indicados. Normas e regras também são fundamentais”, diz Leandro Magalhães.

Controle de acesso
Um sistema de controle de acesso eficaz é fundamental para qualquer condomínio. Ele consiste no gerenciamento do fluxo de entrada e saída de moradores, visitantes, funcionários, prestadores de serviço e veículos. O controle e o monitoramento de todos os eventos podem ser realizados da forma tradicional, por meio do serviço de portaria presencial ou de forma remota e automatizada, por meio do uso de soluções tecnológicas inovadoras. As entradas e saídas devem ficar registradas, sendo assim é possível saber quem entrou ou liberou acesso aos visitantes e aos prestadores de serviço e, se houver algum problema, identificar quem foi responsável. Dessa forma, o condomínio e seus moradores ficam mais seguros. 

Carro
Arranhões na lataria e dificuldades de estacionar na vaga correta estão crescendo na mesma proporção do aumento das vendas dos carros SUV's. Sobra para o síndico arbitrar esses e outros conflitos relacionados aos carros. Entre as opções de solução, podemos citar a contratação de manobristas, terceirização do estacionamento ou redesenho das vagas na garagem. A instalação de câmeras de monitoramento nesse ambiente também ajuda a identificar autores de danos aos veículos, registram atitudes antissociais de condôminos e reforçam a segurança.

Cachorro
A presença de animais domésticos no condomínio, de forma geral, costuma render polêmicas. As maiores reclamações dos condôminos são referentes ao barulho de latidos, à sujeira e à segurança, no caso de animais mais agressivos. Uma saída para o síndico é garantir que o regulamento interno seja bem detalhista sobre esse tópico. Alguns exemplos de critérios: regras para uso do elevador, entrada na garagem, circulação de áreas comuns, uso de focinheira etc. Caso o condômino responsável pelo animal não siga as regras ou não tome providências, ele sofrerá as penalidades previstas. Numa situação extrema, o cão pode ser expulso do prédio. A instalação de câmeras de segurança em áreas comuns pode ajudar a identificar os moradores que não estejam seguindo as regras.

Cano
Vazamentos são motivos de grande dor de cabeça. Em edifícios mais antigos, o encanamento apresenta falhas que demoram a ser percebidas. Para não ter esse tipo de problema, o síndico deve ficar atento aos prazos de manutenção preventiva e evitar gastos extras. Mas a responsabilidade do administrador de atuar na prevenção e reparação de encanamentos se restringe às áreas comuns do prédio. Quando o vazamento está restrito ao apartamento, é dever do condômino providenciar o conserto.

Criança
Tocar campainha em todos os apartamentos, correria pelas escadarias, elevadores que param em todos os andares, skates e bicicletas em áreas inadequadas. Quem nunca presenciou traquinagens das crianças? Câmeras de monitoramento nas áreas comuns ajudam a garantir que essas situações não aconteçam. Outra vantagem é contribuir na identificação dos autores das travessuras – e os pais ou responsáveis devem ser comunicados e notificados. Uma sugestão é criar espaços de lazer infantil no condomínio, mesmo que sejam adaptados. Brinquedotecas ou salas de jogos são simples de implantar.

Calote
É considerado inadimplente o condômino que deixou de pagar sua taxa condominial no primeiro dia após o vencimento do boleto. Mas é praxe que os síndicos considerem atraso somente após o segundo mês de falta de pagamento. De qualquer forma, o calote é um problema que impacta os demais condôminos, pois afeta o caixa do condomínio. O Código Civil determina multa de 2% e juros de até 1% ao mês para os valores atrasados. O percentual mensal pode variar conforme definição da convenção condominial. Com a atualização do Código de Processo Civil, em 2016, as regras para cobrança ficaram mais duras, o que facilitou a vida do síndico e reduziu a inadimplência.