A importância da Roda Livre em um 4X4

Acessório surgiu em meados da década de 60 e para utilizá-la de forma eficaz é bom conhecê-la melhor

Para quem é apaixonado por carros 4x4, sem dúvida, alguém deve conhecer ou já ouviu falar da roda livre. Esse equipamento serve para ajudar o motorista nos momentos em que o carro passa por terrenos de difícil acesso e merece uma atenção especial por parte do proprietário de um fora de estrada.

Por esse motivo é necessário o correto manuseio e a realização de uma manutenção constante para evitar prejuízos.

Quem recomenda é o empresário e dono da Imcerol, Egídio Pelúcio, que além de trabalhar com peças de rolamentos é apaixonado por carros 4x4, onde é membro do Grupo Jeep Fortaleza. "Gosto muito do off-road. Participo de trilhas e aconselho para os que querem entrar na turma conhecer melhor a roda livre, um acessório simples e que vale a pena ficar por dentro de como funciona", conta.

Roda livre

O item surgiu em meados de 1960 graças ao Jeep Willys. "A peça se chamava para os mais entendidos de ´cabeça seca´ e funcionava bem. Porém, com o passar do tempo, os engenheiros perceberam que acontecia um desgaste grande na peça e desenvolveram outra", explica Egídio Pelúcio.

Em alguns carros 4x4, a tração dianteira só entra em funcionamento quando é realizada a conexão das rodas da frente com os semi-eixos, isto é feito por meio das rodas-livres. Uma vez acionada, elas conectam as rodas dianteiras com transmissão, auxiliando então as rodas traseiras a tracionarem o veículo.

O especialista disse que nesses 40 anos houve uma evolução na mecânica do acessório e falou das vantagens e as desvantagens de cada época. Ele aponta que nos automóveis dos anos 60 e 70 que já possuíam a roda livre, quando chegavam em um terreno que exigia a utilização da mesma, não era obrigado o condutor sair do seu carro. "Bastava ele acionar o dispositivo dentro do seu carro para começar a funcionar o 4x4. Atualmente, o motorista é obrigado a descer e ligar o dispositivo na roda dianteira. Se esquecer e deixar para ligar já no terreno enlameado vai se sujar todo. Essa é a desvantagem do sistema atual", conta, sorrindo.

A vantagem que existe nas rodas livres atuais é que a mecânica não se desgasta como antigamente. "Hoje se exige a mesma força do equipamento, nos terrenos de difíceis acessos, mas o processo de funcionamento das peças é menos desgastante e isso é uma vantagem importante, pois não é necessário o proprietário gastar com consertos das peças", conta.

Manutenção

Ao terminar um rali, o recomendável é sempre levar o 4x4 para uma oficina especializada para uma manutenção preventiva. Nela, o mecânico fará a limpeza de todos os componentes tais como os dois diferenciais (dianteiro e traseiro) e a caixa de transferência e a própria roda livre. "É bom fazer essa revisão para evitar que água e principalmente a areia danifique essas peças", diz José Evandirlan, mais conhecido como "Zan" Consultor técnico de 4x4 da Rolimão e Imcerol.

O custo para a realizar uma manutenção em um 4x4 varia, mas normalmente o preço gira em torno de R$ 150,00 e pode ser feito nas melhores oficinas do ramo. "Essa revisão se não acontecer, a areia, que é super abrasiva, pode danificar a roda-livre e obrigar o proprietário a desembolsar uma nova para as duas rodas dianteiras que custa em média R$ 180,00 as duas ", aponta.

Tipos de roda livre

Existem nos 4x4 dois tipos de roda livre. A manual e a automática. A roda livre manual, no centro de cada uma das rodas dianteiras existe uma chaveta na roda livre, e nela uma inscrição que sinaliza 4x2 e 4x4. Em alguns veículos, o condutor vai ler "Free" e "Locked", o que significa "Livre" e "Travada". Para acionar as rodas-livres, pare o carro, saia de dentro dele e gire as chavetas no sentido horário e para desligá-las basta girar no sentido anti-horário.

O acionamento não deve ser muito pesado a ponto de se precisar de uma ferramenta para girar a chaveta, e nem muito folgado a ponto de girar apenas com um dedo. Por isso a importância da manutenção periódica do seu 4 x4.

Já na automática dispensa a operação, a saída do condutor para fora do veículo. Existem basicamente dois sistemas de engate automático das rodas dianteiras, o acionamento mecânico por alavanca e o elétrico. Ambos sistemas acoplam as rodas dianteiras aos semi-eixos mediante acionamento hidráulico, a vácuo, com motores ou solenóides.

FIQUE POR DENTRO

Mais componentes do 4x4

Torque é a força de torção que o motor produz. O torque produzido pelo motor é o que faz seu carro se mover. As diversas marchas no câmbio e a redução no diferencial multiplicam o torque e o distribuem às rodas. Mais torque pode ser mandado para as rodas na primeira marcha do que na quinta, já que a primeira possui uma maior relação de transmissão pela qual se multiplica o torque.

As partes principais de qualquer sistema de tração nas quatro rodas são os dois diferenciais (dianteiro e traseiro) e a caixa de transferência. Somados a isso, sistemas temporários têm rodas-livres de cubos bloqueáveis e ambos os sistemas podem incluir avançados equipamentos eletrônicos que os ajudam a fazer um uso ainda melhor da aderência disponível.

A caixa de transferência é o dispositivo que divide a força entre os eixos dianteiro e traseiro em um carro com tração nas quatro rodas. A caixa de transferência, em um sistema de tração nas quatro rodas temporário, engata a árvore de transmissão dianteira à árvore de transmissão traseira, para que as rodas sejam obrigadas a girar na mesma velocidade.

Equipamentos eletrônicos avançados têm um papel fundamental em muitos veículos com tração nas quatro rodas temporária e permanente. Alguns carros usam o sistema ABS para aplicar seletivamente os freios nas rodas que começarem a patinar - isso é chamado controle de tração pelo freio.