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Vídeos dos atos antidemocráticos de 8/1 têm mais de 4,4 mil horas de gravação, diz PF ao STF

A informação da PF responde à decisão do ministro Alexandre de Moraes que pediu esclarecimentos acerca do recolhimento das imagens

Escrito por Redação ,
invasão 8/1
Legenda: Na identificação dos participantes, a PF utiliza uma mistura de inteligência artificial e o trabalho manual dos policiais.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um comunicado enviado pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal (STF), neste domingo (23), informa que foram coletadas 4.410 horas de filmagens dos circuitos internos de segurança do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e do próprio Supremo do dia 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Poderes foram atacadas.

O documento responde à decisão do ministro Alexandre de Moraes proferida sexta-feira (21), na qual o magistrado determinou que a PF prestasse informações acerca do recolhimento das imagens.

Segundo a Folha de SP, a PF disse que “os vídeos foram encaminhados para os Institutos de Criminalística e Identificação Nacional e estão sendo realizadas as perícias e análises para as deliberações pertinentes". 

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Para identificar os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) envolvidos nos ataques, a PF utiliza uma mistura de inteligência artificial e trabalho manual dos policiais. 

A PF explica ainda que foi solicitado no dia 19 de abril de 2023 a apresentação de laudo pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC) a fim de identificar e reconhecer as movimentações e dinâmica de ações dos agentes públicos, neste compreendidos também as identidades destes. 

Decisão do ministro

Na decisão proferida na sexta-feira (21), o ministro Alexandre de Moraes disse que a apuração não está restrita aos "indivíduos e agentes públicos civis e militares que criminosamente pretenderam causar ruptura do Estado democrático de Direito", mas também deve atuar na identificação das condutas de agentes civis e militares que, por ação ou omissão, foram "coniventes ou deixaram de exercer suas atribuições legais".

O ministro disse ainda que para a elucidação das responsabilidades criminais dos envolvidos nos crimes objeto da investigação, “é necessária a vinda aos autos de todas as imagens que auxiliem na identificação dos responsáveis". 

Em resposta, a PF explicou que foram ouvidos 81 militares que atuaram no dia 8 de janeiro, tendo sido selecionados os de patente igual ou superior a sargento do Exército.

Os depoimentos foram tomados no dia 12 de abril e dentre os intimados, prestaram esclarecimentos: 

  • General Gustavo Henrique Dutra de Menezes (ex-comandante Militar do Planalto);
  • General Carlos Feitosa Rodrigues (ex-secretário de segurança do Planalto) e;
  • General Carlos José Russo Assumpção Penteado (ex-número 2 do Gabinete de Segurança Institucional).

Além dos 81 militares ouvidos, a PF também colhe, neste domingo, o depoimento de nove funcionários do GSI. Todos aparecem nas imagens gravadas pelas câmeras de segurança do Palácio do Planalto em 8 de janeiro.

No grupo estão o general Carlos Feitosa Rodrigues e o capitão José Eduardo Natale Pereira, que aparece nas imagens dando água para os manifestantes. 

Ainda foram intimados a depor os coronéis Wanderli Baptista da Silva Júnior, Alexandre Santos de Amorim e André Garcia Furtado, os tenente-coronéis Alex Marcos Barbosa Santos, Marcus Vinicius Bras de Camargo, o capitão Adilson Rodrigues da Silva e o sargento Laércio da Costa Júnior.