Victor Godoy Veiga é nomeado ministro interino da Educação após saída de Milton Ribeiro

O novo titular era secretário executivo da Pasta e também já atuou como auditor na CGU

Victor Godoy Veiga assumiu interinamente o Ministério da Educação após o pedido de demissão de Milton Ribeiro, que se envolveu em polêmica sobre repasse de verbas a municípios escolhidos por pastores. O nome do novo titular da Pasta foi publicado nessa terça-feira (29) no Diário Oficial da União.

Godoy era secretário executivo do MEC desde julho de 2020, quando Ribeiro assumiu o comando da Pasta. Antes disso, o agora ministro interino atuou como auditor federal de finanças e controle da Controladoria-Geral da União (CGU), de 2004 a 2020.

Na CGU, Godoy fez carreira como auditor federal, chefe de divisão, coordenador-geral e diretor-substituto de auditoria e diretor de auditoria da área social e de acordos de leniência.

Informações do currículo de Godoy no site do MEC dão conta de que ele é formado em Engenharia de Redes de Comunicação de Dados pela Universidade de Brasília (UnB), em 2003, e possui pós-graduação em Altos Estudos em Defesa Nacional e Globalização, Justiça e Segurança Humana.

O ministro é a quinta nomeação do presidente Jair Bolsonaro no MEC em menos de quatro anos. Já passaram pela Pasta Ricardo Vélez Rodriguez, Abraham Weintraub, Carlos Alberto Decotelli e Milton Ribeiro.

Vazamento de áudio

Este último saiu do MEC depois vir à tona  a existência de um "gabinete paralelo" com a interferência de pastores que controlavam a agenda de Ribeiro e indicavam prefeituras para a liberação de verbas. 

Pelo menos dez gestores municipais denunciaram a interferência dos pastores na intermediação de recursos ou para facilitar o acesso direto ao então ministro. 

A crise que culminou na saída de Ribeiro começou com a divulgação de um áudio em que ele admite priorizar o atendimento de demandas de prefeitos enviados à Pasta por meio dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. No áudio, Ribeiro diz que a liberação de recursos foi um "pedido especial" de Bolsonaro. 

O presidente chegou a dizer que botava "a cara toda no fogo" por Ribeiro, mas aliados  afirmam que a situação se tornou insustentável com a avalanche de notícias negativas, especialmente às vésperas da campanha eleitoral.