O União Brasil oficializou, na manhã deste sábado (3), a candidatura do presidente do partido no Ceará, Capitão Wagner, à disputa pela Prefeitura de Fortaleza. Essa é a terceira vez que ele vai concorrer ao comando do Paço Municipal.
A cerimônia ocorreu no Ginásio do Colégio Tiradentes, localizado na Av. Duque de Caxias, 1452, no Centro. Parlamentares do União estarão presentes no evento, dentre eles os deputados estaduais Sargento Reginauro e Felipe Mota, e o federal Danilo Forte.
A composição da chapa majoritária do União Brasil foi anunciada também neste sábado. A nutricionista e conselheira tutelar Edilene Pessoa foi confirmada como candidata a vice-prefeita. Ela se disse "surpresa" com a definição, apesar de a conversa ocorrer "há algumas semanas".
"Nos deparamos com uma vulnerabilidade social muito grande na nossa cidade. Isso que nos incentivou a estar do lado do Capitão Wagner e enfrentar os desafios que virão pela frente. [...] Escolhemos o União Brasil porque é um partido equilibrado, o Capitão Wagner é uma pessoa equilibrada. Nós estamos precisando de equilíbrio na nossa cidade", disse a candidata.
Já o cabeça de chapa, Capitão Wagner, apresentou-se como o postulante que fará, de fato, uma mudança em Fortaleza, em contraste aos mais recentes ciclos políticos no Estado e na Capital. Na terceira disputa pela Prefeitura de Fortaleza, ele disse acreditar que o desempenho no pleito geral de 2022 lhe fortaleceu para a nova empreitada e que o eleitorado fortalezense se cansou de "votar em candidatos indicados pelos poderosos".
"(Nas eleições de 2022 no Ceará) a cidade de Fortaleza deu um não muito forte ao ‘poste’ e ao apadrinhamento. Sinal disso é que a gente ganhou a eleição para governador em Fortaleza. Infelizmente, perdemos no Interior. Fortaleza se cansou de votar em candidatos indicados pelos poderosos", disse Wagner, quando questionado sobre a diferença entre os pleitos eleitorais.
A candidatura também contou com apoio de líderes da legenda. O deputado e coordenador da campanha de Wagner, Danilo Forte, foi mais incisivo e fez críticas diretas aos seus opositores. O prefeito José Sarto (PDT) foi chamado de “perdido” e Evandro Leitão (PT), de “incompetente”.
O ex-governador Lúcio Alcântara (União) também marcou presença na convenção. Na ocasião, ele discursou exaltando a trajetória política do correligionário e a sua postura no pleito da Capital.
“Quem está brigando e guerreando todo dia? Vocês já viram o Wagner insultar alguém? Ofender alguém? Porque ele é o prefeito da paz, é um homem pacifico. Só fala em unir, em fazer o bem, em construir. Atacado, ofendido, ele reage como deve reagir o bom cristão: com o perdão e deixando que cada um siga o seu caminho”, disse o ex-governador.
Capitão Wagner
Policial militar da reserva, Wagner Sousa Gomes, o Capitão Wagner, iniciou a carreira política em 2010, quando concorreu pela primeira vez a uma vaga na Assembleia Legislativa do Ceará. Naquele ano, não conseguiu alcançar a titularidade, mas ficou no rol de suplentes do PR (atual PL).
Todavia, foi entre 2011 e 2012 que ele ganhou notoriedade pública, ao se destacar como uma das lideranças do motim da Polícia Militar realizado durante o então Governo de Cid Gomes (PSB). Em outubro de 2012, foi eleito o vereador mais votado da Capital, com 49.655 votos, tendo como principal pauta a Segurança Pública. Com o rompimento da então prefeita Luizianne Lins (PT) com o Governo de Cid Gomes naquele pleito, Wagner chegou a declarar apoio para a candidatura petista de Elmano de Freitas, no segundo turno, contra Roberto Cláudio (à época do PSB).
Depois disso, continuou despontando como recordista de votos nos pleitos que concorreu para cargos no Legislativo. Em 2014, foi o deputado estadual mais votado e, em 2018, o deputado federal cearense mais votado.
Em meio aos mandatos proporcionais, concorreu duas vezes à Prefeitura de Fortaleza: em 2016 e em 2020. Em ambas eleições, conseguiu chegar ao segundo turno, mas não saiu vitorioso. Em 2022, candidatou-se pela primeira vez ao comando do Palácio da Abolição, mas ficou em segundo na disputa ainda no primeiro turno. Sem cargo eletivo, atuou como secretário da Saúde de Maracanaú de fevereiro de 2023 a março de 2024, quando saiu para se preparar à disputa na Capital.
Ao todo, ele passou por três agremiações nesse período: PR (atual PL), 2009 a 2018; Pros (fundido ao Solidariedade), de 2018 a 2022, e União Brasil (sigla criada em 2022, após fusão do PSL e DEM), onde segue até hoje.