Thammy Miranda justifica apoio à CPI contra Padre Júlio Lancellotti: 'Fui vítima de fake news'

O parlamentar de São Paulo disse que solicitou retirada de seu apoio, após saber das intenções do vereador que iniciou o requerimento

O vereador Thammy Miranda (PL) disse que foi "vítima de fake news" ao assinar apoio à instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs na Câmara de São Paulo, que mira a atuação filantrópica do padre Júlio Lancelloti com sua paróquia na Cracolândia. Segundo o parlamentar, ele apoia o religioso, e quando assinou o documento o nome dele não foi mencionado "direta ou indiretamente". 

"Em nenhum momento foi citado o nome do padre no requerimento, se tivesse jamais teria assinado porque defendo o trabalho dele. O padre está lá para ajudar as pessoas, nós estamos do mesmo lado. O que está acontecendo é uma grande fake news, o vereador (Rubinho Nunes) está fazendo campanha política em cima", disse o vereador em entrevista ao O Globo. 

Por meio das redes sociais, Thammy disse que solicitou à sua assessoria jurídica a retirada de sua assinatura, "pois se o intuito desse projeto é atacar o Padre Júlio Lancelloti, não tem meu apoio". 

Veja pronunciamento 

Segundo o político filho de Gretchen, ele assinou a CPI com "intuito de proteger os moradores do centro que enfrentam desafios relacionados à saúde e segurança pública na região da Cracolândia". 

"Tenho admiração, carinho e gratidão pelo Padre Lancelloti que é exemplo para muitos brasileiros de solidariedade e amor ao próximo. Sempre digo para todos que minha missão como político é cuidar da nossa gente, e quando assinei o apoiamento, era esse meu intuito", escreveu Thammy em publicação no Instagram. 

Vereadores se dizem enganados 

Segundo o Estadão, ao menos quatro vereadores, incluindo Thammy, já manifestaram intenção de retirar o apoio à CPI por se sentirem enganados pelo articulador das assinaturas, o vereador Rubinho Nunes (União). 

Sidney Cruz (Solidariedade), disse que o "objeto da CPI foi desvirtuado". Xexéu Tripoli, do PSDB, disse que é "absolutamente revoltante" uma investigação contra Júlio Lancellotti. A vereadora Sandra Tadeu (União Brasil), afirmou que não é favorável a uma CPI que tenha como alvo o religioso. 

O requerimento não cita o nome do padre Júlio Lancelloti e nem ONGs que seriam alvo, mas, em entrevistas, o político acusou organizações como Craco Resiste e o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto de "explorar dependentes químicos" e citou que o o padré é um dos principais alvos da possível CPI, que ainda precisa ser pautada pelos líderes da Câmara e aprovada pela maioria em plenário. 

Sobre as acusações, o padre disse não ter relação com as entidades citadas, mas somente com a Paróquia São Miguel Arcanjo.