'Siga o dinheiro, a velha regra das investigações', diz Cid Gomes sobre foco da CPMI do 8 de janeiro

O senador acredita que, ao identificar a origem do dinheiro que financiou os atos, os autores intelectuais serão conhecidos

O senador Cid Gomes (PDT) defendeu que um dos principais foco da CPMI do 8 de janeiro seja identificar os autores intelectuais e financiadores dos ataques terroristas contra os Três Poderes da República. Para ele, muitos dos que participaram dos atos foram utilizados como "massa de manobra". 

"Siga o dinheiro, a velha regra das investigações. Sigamos o dinheiro e vejamos quem é identificado. Para mim, é fundamental (identificar) os líderes no local, aqueles que insuflaram realmente e promoveram a iniciativa de invasão e de quebra quebra; quem planejou, com que intenção planejou e quem financiou" 
Cid Gomes (PDT)
Senador

A declaração do senador ocorreu nesta sexta-feira (26), um dia após a instalação do colegiado no Congresso Nacional. Cid é um dos cearenses que participam da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos terroristas ocorridos em 8 de janeiro.

Além dele, também fazem parte do colegiado: o senador Eduardo Girão (Novo), titular; o deputado deferal André Fernandes (PL), titular; e a senadora Augusta Brito (PT), suplente. 

'Massa de Manobra' 

Para o pedetista, "muita gente foi massa de manobra" e foram utilizadas para executar os ataques planejados. Para ele, nem todos os que participaram tinha intenção de dar golpe de Estado. 

"É muita gente que não estava ali com intenção de quebrar, invadir, de dar golpe de Estado. Mas há gente que certamente estava com essa intenção. Aquilo não aconteceu sem que houvesse uma elaboração, estratégia, um planejamento e uma ação para executar. É fundamental que a gente identifique quem planejou, quem executou e com que intenção. E, por último e também importantíssimo: de onde veio o dinheiro?", reforçou o senador. 

Papel de investigar 

O senador defendeu a abertura da CPMI, apesar de já haver investigações no âmbito do Ministério da Justiça e do Supremo Tribunal Federal (STF). Para ele, Poder Legislativo pode ser mais acessível do que outros poderes, por exemplo. 

"O Poder Judiciário, por natureza, é bem menos acessível do que o Poder Legislativo. Um cidadão entra aqui na Assembleia, mas ele não entra, não sente liberdade para entrar, no Tribunal de Justiça. O cidadão conversa com o deputado no meio da rua, já com um desembargador é mais difícil. Essa abertura maior que existe no Legislativo pode permitir a chegada de informações que ajudem", ressaltou.

Nesta sexta-feira, o senador participou de evento sobre produção de hidrogênio verde na Assembleia Legislativo do Ceará.