O Partido dos Trabalhadores (PT) acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) nesse domingo (17) argumentando que a "motociata" da sexta-feira (15) configurou campanha eleitoral antecipada.
"Esses atos promovidos, e duvidosamente intitulados de "Acelera para Cristo", resultaram posteriormente na realização de um verdadeiro comício com pedido de votos e ataques ao sistema eleitoral", afirmou a sigla na representação ao TSE.
Os advogados responsáveis pela representação, Eugênio Aragão e Cristiano Zanin, afirmaram que Bolsonaro foi "ativo e proativo, desde o início". O partido alega que o presidente convocou o evento publicamente, conduziu sua motocicleta durante o percurso, incitou os apoiadores com gestos típicos de suas campanhas, desfilou em carro aberto e subiu em carro de som, onde realizou comício e pediu votos, explícita e implicitamente.
A representação pediu aplicação de multa para Bolsonaro e para o empresário Jackson Villar, que organizou o evento.
O ato, chamado de "Acelera para Cristo", reuniu 3,7 mil motos, segundo registros de pedágios, e interditou a Rodovia dos Bandeirantes até as 13h do feriado de sexta-feira.
A motociata saiu da capital paulista até a cidade de Americana, onde o presidente discursou e atacou ministros do TSE. O ex-ministro da Infraestrutura e pré-candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ex-ministro do Meio Ambiente e pré-candidato a deputado federal Ricardo Salles, que também pretende disputar cargo por São Paulo, participaram do evento.
Dinheiro público
A vereadora Erika Hilton (PSOL) já entrou com um pedido para que o Ministério Público de São Paulo investigue a utilização de R$ 1 milhão pela Segurança Pública do Estado para reforço no policiamento da motociata.
Para a parlamentar, há "fortes indícios" de utilização de recursos públicos para "fins de promoção pessoal" de Bolsonaro e seus ministros que são pré-candidatos às eleições deste ano.