Requerimento para a prorrogação dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 por mais 90 dias já conseguiu as 27 assinaturas de senadores necessárias para ser aprovado. O documento foi apresentado nesta segunda-feira (28) pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP),
O presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que o pedido deve ser analisado na sessão desta terça-feira (29).
Com o prazo inicial de 90 dias, a comissão está atualmente programada para encerrar no dia 7 de agosto. No pedido, Randolfe pondera que o prazo atual seria insuficiente e afirmou ser "imperativo" prorrogar as atividades.
Ele lembrou que o colegiado tem "desvendado esquemas de corrupção e de favorecimento" de determinadas empresas com recursos destinados ao combate à pandemia da Covid-19.
"Servidores sofreram pressões não republicanas para flexibilizar a importação da Covaxin. Depoentes apontaram que até o Presidente da República foi alertado das irregularidades e, ao invés de apurá-las, as creditou ao próprio líder do Governo da Câmara dos Deputados. É um escândalo que precisa ser apurado com a gravidade correspondente."
Para estender a CPI, segundo Regimento do Senado, o pedido de prorrogação tem que ter assinatura de um terço dos membros do Senado, os 27 senadores, ser comunicado por escrito à Mesa Diretora da Casa, lido em plenário e publicado no Diário Oficial do Senado.
Polêmica da Covaxin e irmãos Miranda
Como mostrou o Broadcast Político do Estadão, a CPI quer investigar a ligação do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), com a compra de outras vacinas pelo Ministério da Saúde, além da Covaxin.
A nova linha de apuração é discutida após os depoimentos do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e do servidor Luis Ricardo Miranda, irmão do parlamentar, na última sexta-feira, 25.
Luis Miranda disse ter ouvido do presidente Jair Bolsonaro o nome de Ricardo Barros quando o alertou sobre um suposto esquema de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin. Barros nega irregularidades.
No requerimento, Randolfe também citou que existem "inúmeras provas" sobre omissões e ações deliberadas em torno de estratégias como da imunidade de rebanho, a promoção de tratamentos ineficazes, e "boicotes" às medidas não farmacológicas de enfrentamento à covid-19, como o uso de máscaras e o distanciamento social.
Senadores que assinaram o requerimento da prorrogação
- Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
- Jorge Kajuru (Podemos-GO),
- Izalci Lucas (PSDB-DF),
- Omar Aziz (PSD-AM),
- Eliziane Gama (Cidadania-MA),
- Fabiano Contarato (REDE-ES),
- Weverton (PDT-MA),
- Flávio Arns (PODEMOS-PR),
- Mara Gabrilli (PSDB-SP),
- Alessandro Vieira (Cidadania-SE),
- Zenaide Maia (PROS-RN),
- Tasso Jereissati (PSDB-CE),
- Plínio Valério (PSDB-AM),
- Otto Alencar (PSD-BA),
- Chico Rodrigues (DEM-RR),
- Oriovisto Guimarães (PODEMOS-PR),
- Leila Barros (PSB-DF),
- Jaques Wagner (PT-BA),
- José Serra (PSDB-SP),
- Renan Calheiros (MDB-AL),
- Paulo Paim (PT-RS),
- Humberto Costa (PT-PE),
- Paulo Rocha (PT-PA),
- Rogério Carvalho (PT-SE),
- Jean Paul (PT-RN),
- Veneziano (MDB-PB),
- Simone Tebet (MDB-MS)