Prestes a definir o futuro partidário junto ao seu grupo político, o senador Cid Gomes, de saída do PDT, afirma que tem conversas mais avançadas com o PSB e o Podemos. A decisão considera fatores complexos, que devem ser adequados ao contexto dos prefeitos e deputados que estão em processo de desfiliação da sigla brizolista, assim como o senador.
"Os que há conversas já avançadas são esses dois, mas nós recebemos sugestões, convites de outros partidos, e vamos colocar tudo isso aqui", relatou Cid momentos de reunião com o grupo nesta segunda-feira (18). Além de deputados estaduais, o encontro reuniu cerca de 20 prefeitos.
O encontro com Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, foi "muito bom, muito cordial", mas o senador preferiu não antecipar detalhes. Também reservou elogios a Eudoro Santana, presidente do PSB Ceará. Apesar disso, ele prefere se eximir da responsabilidade integral da resolução desse impasse.
"Quem decide é o coletivo. O meu papel é prestar as informações dos contatos que foram feitos e o coletivo irá decidir", completa o senador.
Cid explicou que a saída do PDT é irreversível, citando as ações já ajuizadas por deputados estaduais e os pedidos de desfiliação já feitos por prefeitos.
Debandada do PDT
Há cerca de um mês, o grupo se reuniu com o senador para tratar sobre o futuro político, visando as eleições de 2024. A iniciativa veio após mais de um ano de crise no PDT, que polarizou as discussões internas e tornou insustentável a permanência de alguns nomes no partido.
O primeiro a manifestar esse sentimento de forma concreta foi o deputado estadual Evandro Leitão, que, em agosto, pediu e recebeu anuência do partido para deixar os quadros sem prejuízo ao mandato. Como o encaminhamento foi tomado sob gestão de Cid, um outro segmento pedetista liderado por Ciro Gomes e André Figueiredo contestou o ato na Justiça, que pode tomar uma posição sobre o assunto nesta terça-feira (19).
Essa é a data em que o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) analisa os embargos de declaração opostos à decisão do fim de outubro, que deu sinal verde para a saída de Evandro do partido. O deputado já está em nova acomodação, o PT, que realizou evento para recebê-lo no último domingo (17).
Quanto aos colegas da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), já foi apresentada uma ação coletiva nesse sentido. A petição, construída por um grupo reforçado de advogados, representa 14 parlamentares, sendo nove titulares e cinco suplentes, três destes em exercício. Já os deputados federais cearenses do PDT, ainda não buscaram a Justiça para fazer valer a desfiliação.