A Polícia Federal (PF) cumpre 34 mandados nesta quinta-feira (29), incluindo três de prisão preventiva, em nova fase da operação que investiga envolvidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro do ano passado, nas sedes dos Três Poderes, em Brasília.
São, ao todo, 24 mandados de busca e apreensão, três de prisão preventiva e sete de monitoramento eletrônico, detalhou a PF, todos expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As ações ocorrem no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Tocantins, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Espírito Santo e Distrito Federal.
Os nomes dos alvos com mandados de prisão preventiva não foram divulgados pela Polícia. No entanto, segundo o G1, a TV Globo apurou que entre os investigados estão os empresários Joveci Xavier de Andrade e Adauto Lúcio Mesquita, sócios da rede Melhor Atacadista, que já foram apontados como financiadores de acampamento bolsonarista em frente a um quartel-general do Exército.
Joveci foi ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF, mas negou ter participado dos ataques. Ele, no entanto, admitiu ter estado no local no momento da depredação do Congresso, do STF e do Palácio do Planalto.
Em nota publicada pelo G1, a defesa dos sócios diz que não teve acesso à decisão judicial e que "os investigados veem agora a oportunidade de elucidar completamente as questões em aberto". "Eles reiteram seu compromisso com a democracia, o Estado de Direito, o respeito às instituições, ao processo eleitoral, ao Ministério Público e ao Judiciário, com especial ênfase na sua instância máxima, o Supremo Tribunal Federal", disseram os advogados.
Crimes investigados
De acordo com a PF, os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido. A Justiça também determinou a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados.
Estima-se que os danos causados ao patrimônio público nos atos do 8 de janeiro possam chegar a um montante de R$ 40 milhões.