O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia dos planos para matar, em 2022, o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, conforme apuração da Polícia Federal (PF). As informações são da jornalista Andréia Sadi, no portal g1.
O celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi apreendido quando o militar foi preso em maio de 2023, durante operação da PF que investigava a inclusão de dados falsos sobre o cartão de vacinação do ex-presidente.
Segundo as investigações, uma das conversas identificadas no celular pela PF continha uma conversa com Mario Fernandes, general da reserva que elaborou o plano terrorista usado na tentativa de golpe, preso na terça-feira (19).
Nesse plano, o militar elaborou o "Punhal Verde Amarelo", no qual previa sequestrar ou matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro esteve com Mario Fernandes em duas ocasiões
Conforme veiculado por Andréia Sadi, foram constatadas duas ocasiões em que Fernandes esteve no mesmo local em que Jair Bolsonaro. A primeira foi no dia 6 de dezembro de 2022, quando Mário teria imprimido o plano "Punhal Verde Amarelo" no Palácio do Planalto, segundo a PF.
A polícia constatou que havia, inclusive, um grupo identificado no celular de Mauro Cid, chamado "Acompanhamento", do qual a equipe de Bolsonaro fazia parte.
"Conforme evidenciado na presente investigação, exatamente no referido período em que MARIO FERNANDES imprime do planejamento operacional, verificou-se que os aparelhos telefônicos dos investigados RAFAEL MARTINS DE OLIVEIRA (JOE) e MAURO CESAR CID estavam conectados a ERBS que cobrem o Palácio do Planalto. Nesse mesmo horário, o então presidente da República, JAIR BOLSONARO também estava no Palácio do Planalto", diz trecho do relatório.
A segunda ocasião foi em 8 de dezembro, quando Fernandes foi ao Alvorada. Neste dia, aconteceu um diálogo entre o general e Mauro Cid, no qual ele indica um aval de Bolsonaro para execução do plano golpista até 31 de dezembro, quando ele iria deixar a Presidência.
"A primeira, durante a conversa que eu tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo. Mas, p****, aí na hora eu disse, pô presidente, mas o quanto antes, a gente já perdeu tantas oportunidades", disse Fernandes a Cid. A expressão "vagabundo" seria uma referência ao presidente Lula.