Com o resultado das urnas consolidado, o Nordeste ganhou protagonismo nacional pela expressiva votação no presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vai assumir a Presidência da República em 1º de janeiro para um terceiro mandato.
Com a recondução de Lula ao Poder Executivo Federal após 12 anos fora do cargo, a eleição deste ano se torna histórica por ser a primeira em que um mandatário em exercício disputa a reeleição e não é reeleito no Brasil, caso de Jair Bolsonaro (PL).
Outros fatores também colaboram para o pleito deste ano também ter mais destaque nos livros de história, tendo em vista que Lula retoma o Poder após ficar 580 dias preso, de 7 de abril de 2018 a 8 de novembro de 2019, sob a acusação de corrupção no âmbito da Operação Lava Jato enquanto governou o País (2003-2010). As condenações, no entanto, foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021, por suspeição da Justiça Federal em Curitiba no julgamento dos casos.
Com os direitos políticos retomados, Lula foi eleito neste ano após uma acirrada polarização com o presidente Jair Bolsonaro. A análise é de especialistas ouvidos pela reportagem.
A polarização, inclusive, culminou em ataque do atual presidente e apoiadores ao Nordeste, região que historicamente demonstra preferência por governos de centro-esquerda. Aqui, o destaque em 2022 veio pelo alto percentual de votos depositados em Lula no segundo turno: 69,34% (24.089.835), com ganho em todos os 9 estados, contra 30,66% (9.954.047) de Bolsonaro. A quantidade de votos obtidas por Lula no Nordeste representa 39,9% dos 60 milhões de eleitores que elegeram o petista.
Além disso, no Nordeste, todos os governadores eleitos são alinhados ao novo presidente do Brasil, ainda que em alguns estados, como Pernambuco e Sergipe, os candidatos vencedores tenham evitado entrar na polarização pelo Poder Executivo Federal, mantendo a neutralidade e derrotando os postulantes que era publicamente apoiados pelo PT.
Nem Raquel Lyra (PSDB), eleita governadora de Pernambuco, nem Fábio Mitidieri (PSD), eleito governador de Sergipe, fizeram palanque para Bolsonaro durante a campanha eleitoral nos estados. Assim, a perspectiva é que a região retome o alinhamento político e administrativo com o Governo Federal – o que não havia na gestão atual.
Diante desse cenário, especialistas projetam mais protagonismo de representantes do Nordeste no Governo de Lula, tanto na ocupação de Ministérios, órgãos federais, na ampliação de investimentos e na base do petista no Legislativo Federal.
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Alinhamento
Dos nove governadores eleitos no Nordeste, sete apoiaram explicitamente a eleição de Lula. Os outros dois que não apoiavam, também não fizeram palanque para Bolsonaro e são de partidos que se aliaram ao petista em outros estados ou não se envolveram na disputa nacional.
Além disso, quatro governadores foram eleitos ainda no primeiro turno na região, demonstrando a força de gestões locais que defendiam o petista. São eles: Elmano de Freitas (PT), eleito para o primeiro mandato à frente do Governo do Ceará; Fátima Bezerra (PT), reeleita no Rio Grande do Norte; Carlos Brandão (PSB), reeleito para o Governo do Maranhão; e Paulo Dantas (MDB), reeleito para o Governo de Alagoas.
Para a professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e pesquisadora do Observatório das eleições (INCT/UFMG), Luciana Santana, o resultado das urnas no Nordeste demonstra o êxito de políticas públicas em gestões petistas e centro-esquerda, tanto a nível Federal como Estadual.
"Quando a centro-esquerda chegou ao poder com Lula em 2002 isso ampliou a força de candidaturas de esquerda e centro-esquerda na região Nordeste. E há um reconhecimento do eleitorado em relação ao que essas gestões fizeram nos estados e à forma como têm se posicionado. Por isso, a gente tem majoritariamente uma região que vota nessa direção. (...) Os governos de centro-esquerda foram muito mais empenhados em garantir uma melhor qualidade de vida para a população do Nordeste. Quando a gente compara indicadores sociais e econômicos com o que a gente tinha antes, a gente percebe claramente o quanto houve melhorias nessas áreas devido a políticas criadas nas gestões do PT"
Para Carlos Zacarias, professor do Departamento do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a ampla coalização em torno da candidatura de Lula, que atualmente é uma liderança política maior do que o PT, mostra um alinhamento de diferente espectros a um plano nacional. Para ele, sem Lula, a existência de alguns partidos, que antes eram adversários ferrenhos do PT, estariam em xeque em segundo Governo Bolsonaro.
"Nós temos no Nordeste um quadro de alinhamento. Não um alinhamento de prostração, não um alinhamento incondicional como o governador de São Paulo disse que se alinhava com Bolsonaro quando declarou apoio a Tarcísio de Freitas (governador eleito de SP). Nós temos alinhamento de partidos, que não são aliados do PT, na base de negociação", ressalta.
"Há uma coisa muito curiosa na nossa história recente. O partido que estende a mão para partidos que foram seus adversários – e isso implica até em, eventualmente, livrar esses partidos da sua extinção, do desaparecimento, é justamente o partido que foi mais atacado. Nenhum partido na história do Brasil foi atacado como o PT. Nós não tivemos ninguém que pedisse a extinção do PSDB, mesmo quando houve casos de corrupção, mesmo quando eram conhecidos casos de malversação dos recursos públicos ou coisas do tipo. Ninguém nunca pediu a extinção do MDB, em que pesa várias figuras nacionais reconhecidas por questões ligadas a desmazelos na gestão publica"
Forças e fraquezas
Especialistas acrescentam, ainda, que forças locais que defenderam o nome do ex-presidente saem fortalecidas da disputa diante do resultado nas urnas.
Exemplos claros, segundo eles, são: Flávio Dino (PSB), ex-governador do Maranhão e que foi eleito senador após ser criticado por Bolsonaro na pandemia; Camilo Santana (PT-CE), ex-governador do Ceará e eleito senador; Wellington Dias (PT-PI), ex-governador do Piauí e também eleito senador; Rui Costa (PT-BA), atual governador da Bahia que não disputou nenhum cargo, mas é cotado para assumir uma vaga em algum ministério; e senador Renan Calheiros (MDB-AL), que emplacou o filho, Renan Filho (MDB-AL), ex-governador de Alagoas, para a vaga no Senado deste pleito.
Para eles, esses nomes devem ter protagonismo no cenário nacional.
Em paralelo, os nomes que saem mais enfraquecidos da disputa, na visão dos especialistas, são os de Arthur Lira, que não conseguiu emplacar seu candidato ao Governo nem ao Senado em Alagoas, e do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), que também é o presidente nacional do PP.
"No Nordeste, se for falar de fracasso vou falar só de duas pessoas que eu acho que reproduzem o restante: Arthur Lira e Ciro Nogueira são os dois derrotados na região, porque são lideranças que têm uma força nacional, mas que não conseguiram qualquer êxito nessa eleição – tanto em eleger seus candidatos no núcleo Governo, Senado e para a Presidência. Eu não ia falar do Ciro Gomes, mas eu acho que, apesar desse apoio, se é que pode falar que apoiou Lula, também é uma liderança que sai fragilizada. Ele não conseguiu conduzir bem nem internamente, junto aos seus correligionários no Ceará uma candidatura dentro do seu próprio quintal, e muito menos fora, no País"
Alagoas
Em Alagoas, por exemplo, Paulo Dantas (MDB) foi releito para comandar o governo estadual com o apoio de Renan Filho (MDB), ex-governador, e do senador Renan Calheiros (MDB). Durante a eleição, ele contou com apoio do MDB, PT, PCdoB, PV, PDT, PSC e Podemos na sua coligação, fazendo palanque para Lula. Dantas obteve 52,33% (834.278) dos votos.
Em Alagoas, Dantas disputou o segundo turno com o candidato do União Brasil, Rodrigo Cunha, que era apoiado por Arthur Lira (PP). Um caso inusitado, inclusive, ocorreu no Estado. Ainda que o PT e o PSB tenham se aliado a nível nacional, com Lula e Geraldo Alckmin como vice, em Alagoas os partidos apoiaram candidatos distintos. PT estava na coligação de Paulo Dantas, enquanto o PSB estava na coligação de Rodrigo Cunha, assim como PP, PSDB e Cidadania, além do União.
Com o resultado das urnas consolidados, Lira não conseguiu emplacar o candidato ao Governo de Alagoas nem o candidato ao Senado apoiado por sua coligação, Davi Davino Filho (PP). Apesar disso, obteve o maior número de votos no estado para a Câmara dos Deputados: 219.452 mil.
Enquanto isso, o candidato que era apoiado diretamente por Bolsonaro, o ex-presidente da República Fernando Collor (PTB), ficou em terceiro na disputa.
Até maio deste ano, no entanto, Dantas era deputado estadual e foi eleito indiretamente pela Assembleia Legislativa do estado para assumir a gestão após o então governador, Renan Filho, deixar o cargo para disputar o Senado. Por conta disso, a candidatura dele neste pleito representa uma reeleição.
Bahia
Na Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) venceu a disputa pelo Palácio de Ondina, sede do Governo da Bahia, com 52,79% dos votos válidos (4.480.464) no segundo turno, dando sequência a hegemonia do PT no estado – que atualmente tem Rui Costa (PT) como governador. Na ocasião, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), saiu derrotado mesmo sendo o presidente do partido com o maior Fundo Eleitoral.
"Na Bahia, o PT tem um inédito quinto mandato consecutivo. Jerônimo Rodrigues foi eleito contra ACM Neto. São duas forças políticas que nos últimos anos polarizaram na Bahia. E, agora, o PT consegue vencer o filho mais diretamente ligado ao Carlismo, que é o neto de Antonio Carlos Magalhães, ACM Neto – que largou na frente das pesquisas. Então, o PT na Bahia projeta a liderança de Rui Costa, reforça a liderança do senador Jaques Wagner (PT), que foi o antecessor de Rui Costa", explica Carlos Zacarias.
Jerônimo é indígena, natural de Aiquara (BA) e tem 57 anos. Lá, ele também foi escolhido de última hora pelo PT, aos moldes do Ceará, por exemplo. Engenheiro agrônomo e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Antes de concorrer, era secretário de Educação da Bahia.
Ceará
No Ceará, o deputado estadual Elmano de Freitas (PT) foi eleito governador ainda no primeiro turno, com 54,02% dos votos válidos (2.808.300). Apoiado pelo ex-governador Camilo Santana, pela atual governadora Izolda Cela (sem partido), pelo deputado federal eleito Eunício Oliveira (MDB) e por outras lideranças locais, ele derrotou com ampla vantagem Capitão Wagner (União), que era apoiado por Bolsonaro na disputa pelo Ceará, e Roberto Cláudio (PDT), ex-prefeito de Fortaleza e apoiado por Ciro Gomes (PDT).
Todavia, vale ressaltar que ainda que tenha recebidos acenos de Bolsonaro, Capitão Wagner evitou nacionalizar a disputa no primeiro turno, declarando apoio ao presidente apenas no segundo turno.
Elmano foi lançado pelo PT depois que o partido rachou com o PDT por ter lançado o nome de Roberto Cláudio ao invés de Izolda Cela, que pertencia à legenda e é a atual mandatária do Estado. Izolda era vice de Camilo e assumiu o comando do Palácio da Abolição com a renúncia do petista para disputar o Senado.
Com a definição local no primeiro turno, o senador Cid Gomes (PDT) manifestou apoio público à candidatura de Lula no segundo turno. Cid é aliado de Camilo Santana e uma das principais lideranças políticas no Estado.
Maranhão
No Maranhão, Carlos Brandão (PSB) foi reeleito no primeiro turno com 51,29% (1.769.187) dos votos válidos com apoio de Flávio Dino e Lula. Ele derrotou o candidato do PSC, Lahesio Bonfim, que ficou em segundo na disputa, e Weverton (PDT), que tinha o PL na coligação e figurou em terceiro.
Brandão assumiu o Palácio dos Leões em abril, no período da janela partidária, com a saída de Flávio Dino para a disputa pelo Senado – saindo vitorioso.
"Lá no Maranhão, nós temos Flávio Dino mostrando a força que tem. Ele elege um sucessor, mesmo tendo saído do PCdoB e estando agora no PSB", avalia Carlos Zacarias.
Carlos Brandão tem 64 anos e é médico veterinário. Foi deputado estadual por dois mandatos, de 2006 a 2014 – quando foi eleito vice-governador na chapa de Dino.
Paraíba
Na Paraíba, o governador João Azevêdo (PSB) foi reeleito no segundo turno, com 52,51% dos votos válidos. Ainda que seja do PSB, ele não pôde fazer palanque direto para Lula porque o PT estadual apoiou a candidatura de Veneziano (MDB) no primeiro turno.
No segundo turno, Bolsonaro também não teve palanque no estado, já que a disputa foi entre João e Pedro Cunha Lima (PSDB) pelo Palácio da Redenção, sede do Governo. O presidente eleito, por sua vez, recebeu o apoio de João na Paraíba no segundo turno.
Formado em Engenharia Civil, João tem 69 anos e longa experiência na gestão pública. Ele foi eleito pela primeira vez em 2018 já para o cargo máximo da Paraíba.
Pernambuco
Em Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) foi eleita com 58,70% (3.113.415) votos válidos no segundo turno, vencendo Marília Arraes (Solidariedade), que obteve 43,30% (2.190.264).
Diante de acordos nacionais, Marília Arraes, que é de uma família com tradição política no Estado, se desfiliou do PT para poder disputar o Palácio do Campo das Princesas. Em Pernambuco, no primeiro turno, o PT apoiou a candidatura de Danilo Cabral (PSB) para dar continuidade a um comando do PSB.
Todavia, em um cenário de acirramento entre cinco candidaturas, quem acabou indo para o segundo turno foi Marília, com 23,97% dos votos válidos no primeiro turno, e Raquel, que obteve 20,58% dos votos válidos no primeiro turno. A disputa no estado foi de neutralidade, ainda que Marília tenha entrado na campanha de Lula no segundo turno.
Ainda que tenha pontuado em primeiro, Raquel conseguiu virar depois de uma campanha muito incisiva de Marília. Vale ressaltar que no dia da votação do primeiro turno, 2 de outubro, o marido da candidata do PSDB morreu após um mal súbito. A campanha de Raquel tentou fazer um acordo com Marília para adiar o início da campanha no rádio e na TV, mas sem sucesso.
No segundo turno, Raquel virou e conquistou a vitória nas urnas. Ainda assim, especialistas avaliam que Marília também sai fortalecida da disputa, assim como o prefeito de Recife, João Campos (PSB), que ajudou a alavancar a candidatura da prima – com quem tinha rompido após a disputa de 2020.
"A Raquel Lyra, em Pernambuco, tem toda a proximidade de se juntar com outros peessedebistas históricos e se alinhar com o PT e, eventualmente, até ajudar a compor o Governo", avalia Carlos Zacarias.
Para a professora Luciana Santana, também há chances de Raquel Lyra ser uma aliada no Governo Lula, mas ainda vai ser necessário um tempo para "entender que papel a Raquel vai ter como governadora, considerando que sai o PSB e entra o PSDB".
De família com tradição política, Raquel Lyra é formada em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e tem 43 anos. Foi deputada estadual por dois mandatos e eleita a primeira mulher prefeita de Caruaru, em 2016, sendo reeleita em 2020. Ela deixou o comando da cidade para disputar o Governo.
Piauí
No Piauí, Rafael Fonteles (PT) foi eleito no primeiro turno com 57,17% (1.115.139) votos, dando sequência a um legado de Wellington Dias (PT) no estado. Lá, ele derrotou o Silvio Mendes (União), candidato apoiado pelo ministro da Casa Civil do Governo Bolsonaro, Ciro Nogueira. Nas pesquisas, Silvio Mendes polarizou a disputa com Rafael Fonteles.
Além disso, no estado, Wellington Dias foi eleito senador, derrotando Joel Rodrigues (PP), também apoiado por Ciro Nogueira.
Rafael Fonteles tem 37 anos e é formado em Matemática. Foi secretário da Fazenda de 2015 até março de 2022, durante a gestão de Wellington Dias, quando se desvinculou para poder concorrer a eleição.
Rio Grande do Norte
No Rio Grande do Norte, o cenário foi mais favorável para Fátima Bezerra (PT), que foi reeleita no primeiro turno com 58,31% dos votos válidos (1.066.496). Desde o início da campanha, ela liderava as pesquisas de intenção de voto, com o ex-vice-governador Fábio Dantas (SD) figurando em segundo nos levantamentos.
Lá, Dantas anunciou que votaria no presidente Jair Bolsonaro, ainda que o Solidariedade, a nível nacional, integrasse a coligação de Lula. Fátima Bezerra, no entanto, tinha Lula como candidato na disputa pelo Palácio do Planalto. Professora da rede pública de Natal e do Rio Grande do Norte, Fátima já foi deputada estadual, deputada federal e senadora antes de ser eleita governadora, em 2018. Agora, ela é reconduzida ao cargo pelos eleitores.
No Senado quem venceu a disputa foi o ex-ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PL), aliado de Bolsonaro e apoiador da candidatura de Fábio Dantas.
Sergipe
Em Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD) foi eleito com 51,70% (623.851) dos votos, no segundo turno, derrotando o candidato do PT, Rogério Carvalho. Durante a campanha, ele adotou um tom de neutralidade sobre a disputa nacional, mas anunciou voto em Lula ainda no primeiro turno.
Ainda que Rogério Carvalho tenha saído derrotado da disputa em Sergipe, o professor Carlos Zacarias avalia que há grandes possibilidades de Fábio caminhar para a base de apoio de Lula, tendo em vista que o PSD já compôs o arco de aliança petista no passado. Para ele, essa adesão deve ser rápida.
"Quanto ao PSD, que é o partido de Fábio, governador eleito de Sergipe, esse é um trabalho ainda mais fácil, já que o PSD foi da base de apoio de Lula no passado e hoje tem lideranças de expressão nacional no Senado e em outros espaços que tem dado apoio ao PT. Então, o PSD certamente é o partido que deve caminhar mais rapidamente para a base do PT, ainda que Gilberto Kassab, presidente do PSD, tenha tido uma postura de neutralidade nessa eleição, porque ele quer barganhar uma posição melhor", explica Zacarias.
Fábio Mitidieri foi aposta do PSD para a sucessão de Belivaldo Chagas (PSD). Com o apoio do atual mandatário, conseguiu alcançar a vitória mesmo com uma postura de neutralidade na disputa nacional.
Ainda assim, a campanha do governador eleito chegou a ser acionada pela Justiça Eleitoral por distribuição indevida de santinhos que ligavam Fábio à figura de Lula. O material teve que ser recolhido a pedido do PT, que tinha candidato próprio no estado.
Fábio é empresário e cumpria o segundo mandato como deputado federal.