O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar, neste sábado (23), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e a Polícia Federal, após ser indiciado por suposta tentativa de golpe de Estado. O político ironizou a investigação e classificou como injustas as prisões de militares nesta semana.
“Uma coisa absurda essa história do golpe. Vai dar golpe com um general da reserva e quatro oficiais superiores? Pelo amor de Deus. Quem estava coordenando isso? Cadê a tropa? Cadê as Forças Armadas? Não fique botando chifre em cabeça de cavalo. (...) Golpe agora não se dá mais com tanque agora, se dá com táxi. E parece que o sequestro não saiu porque não tinha táxi na hora. É uma piada essa PF do Alexandre de Moraes”, comentou.
Bolsonaro falou sobre o assunto durante uma transmissão ao vivo no perfil de Gilson Machado, que foi ministro do Turismo no seu governo, enquanto cortava o cabelo em uma barbearia de São Miguel dos Milagres (AL).
O ex-chefe do Executivo também criticou a prisão preventiva de quatro militares do Exército, nesta semana, os chamados "kids pretos" – membros das Forças Especiais. Foram eles: o general de brigada Mario Fernandes (na reserva), o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo e o major Rafael Martins de Oliveira.
“Esses que estão sendo presos injustamente agora, de forma preventiva. Não encontra um só respaldo da lei que fala da preventiva para prender esses quatro oficiais”, afirmou Bolsonaro.
INVESTIGAÇÃO POR GOLPE
Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal, na última quinta-feira (21), por abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado e organização criminosa. Assim como ele, também foram indiciados outros ex-integrantes do governo bolsonarista.
O indiciamento é referente ao inquérito responsável pela investigação da tentativa de golpe de estado no Brasil após as eleições que resultaram na eleição de Lula como presidente em 2022.
Ao todo, 800 páginas reforçam o relatório final do inquérito, concluído no início da tarde desta quinta-feira (21). O documento deve ser entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Além de Bolsonaro, também foram indiciados os generais Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o GSI; e Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa. Braga Netto foi, inclusive, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022. Outras 35 pessoas também foram indiciadas.
Após análise pelo STF, a Procuradoria Geral da República (PGR) deve decidir se irá denunciar ou não os indiciados, enquanto caberá à Corte julgá-los.
Entre os outros indiciados estão o delegado Alexandre Ramagem, ex-presidente da ABIN, a Agência Brasileira de Inteligência; e Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido do ex-presidente Bolsonaro.