Para o presidente do PT Fortaleza, Guilherme Sampaio, o acirramento entre a deputada federal Luizianne Lins e o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão, pelo posto de candidato(a) à Prefeitura da Capital não afunila as opções no partido. A legenda dispõe de cinco pré-candidatos, incluindo o próprio Guilherme, que articulam apoio na empreitada.
O dirigente sinaliza que pode haver surpresas ao lembrar a disputa pelo comando do diretório em 2019, da qual participou contra Raimundo Ângelo e Liliane Araújo.
"Todo mundo dizia que a eleição se daria entre o Raimundinho e a Liliane, mas eu venci as eleições. Então acho que a gente tem que esperar as urnas para ver qual a correlação de forças que está colocada. Temos postulações muito legítimas e representativas", ponderou Guilherme, que também é deputado estadual em exercício.
Nesse processo interno, a comunidade petista vai às urnas em 7 de abril para escolher os 200 delegados que serão responsáveis, em 21 daquele mês, por avaliar as pré-candidaturas do PT Fortaleza e escolher quem capitaneará a chapa ao Executivo. Estão no páreo, além de Luizianne, Evandro e Guilherme, a deputada estadual Larissa Gaspar e o assessor especial do Governo do Estado Artur Bruno.
A escolha se dará por votação indireta, depositada pelos delegados em encontro municipal. A possibilidade de o diretório trabalhar com as prévias, ou seja, com voto direto de todos os filiados para escolha do(a) candidato(a), foi descartada nessa quarta-feira (13).
O dirigente acredita que, após a escolha dos delegados, um novo quadro de forças se formará, podendo unir postulações. Ele, contudo, descarta recuo e reafirma que se manterá pré-candidato até o encontro municipal. "Se eu for escolhido candidato a prefeito pelo PT, pelo que tenho ouvido de todos os pré-candidatos, eu teria o apoio de todos. Se for escolhido outro, eu vou pegar a bandeira e vou para o meio da rua para a campanha dele ou dela", disse Guilherme.
Militância engajada
Questionado se a composição de forças posta até o momento teria potencial de dividir a militância petista em Fortaleza, o presidente do diretório minimizou os efeitos.
"As emoções das pessoas, o envolvimento numa campanha, é natural que gere uma exacerbação, ninguém tem que ter medo disso. A gente deve é se resguardar de excesso, de ódio. A gente devia se preocupar se não tivesse ninguém que tivesse tesão em dirigir Fortaleza. [...] Pode ser que, em algum momento, a militância se apaixone, cometa excessos, diga uma coisa a mais, mas acredito que o partido está muito maduro e os cinco postulantes são, também, muito maduros", avaliou.