O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) anunciou que denunciará o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), por crimes cometidos contra depoentes, que teriam sido constrangidos na comissão. Para o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o relatório final é fraco, "não para em pé", e "qualquer estagiário" arquivaria o documento.
"Tenho a convicção de que, assim que [o relatório] for analisado juridicamente por qualquer estagiário em direito, onde quer que for parar esse relatório, ele será arquivado", declarou o parlamentar, que novamente reforçou que a CPI não teria competência para investigar chefe do Executivo nacional.
Segundo o político, "nos próximos dias", entrará com uma representação do Ministério Público Federal (MPF) contra o relator da CPI pelos "mais de 20 crimes", como "abuso de autoridade", que ele teria cometido na comissão.
"Se um delegado de polícia fizesse a oitiva de um traficante de drogas dentro da sua delegacia da forma como os depoentes foram tratados aqui na CPI, este delegado estaria preso, no mínimo, por ameaça e tortura psicológica", disse.
O parlamentar ainda completou defendendo que o relatório final é "frágil juridicamente" e "em nada" tem a beneficiar os brasileiros.
"[É] um relatório político, que nada beneficiou a população brasileira e que aponta como maior escândalo de corrupção uma vacina que sequer foi comprada", disse, relembrando a tentativa do Governo Federal em adquirir a vacina Covaxin — negócio alvo de suspeitas de irregularidades.
O documento indicia Jair Bolsonaro e mais 80 indivíduos, entre elas duas empresas. Os crimes relacionados ao presidente são:
- charlatanismo;
- crimes contra a humanidade, nas modalidades extermínio, perseguição e outros atos desumanos;
- emprego irregular de verbas públicas;
- epidemia com resultado morte;
- falsificação de documento particular;
- incitação ao crime;
- incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo;
- infração de medida sanitária preventiva;
- prevaricação;
- violação de direito social.