Espionagem da Abin monitorou a promotora do caso Marielle, diz Moraes

Nome da promotora não foi divulgado

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou ilegalmente a procuradora responsável pela apuração do assassinato da vereadora Marielle Franco. As informações são da Folha de S. Paulo.

A declaração consta na decisão do ministro do STF que autorizou buscas e apreensão contra o ex-diretor da agência, Alexandre Ramagem

"Ficou patente a instrumentalização da Abin para monitoramento da promotora de Justiça do Rio de Janeiro e coordenadora da força-tarefa sobre os homicídios qualificados perpetrados em desfavor da vereadora Marielle Franco e o motorista que lhe acompanhava, Anderson Gomes", escreveu Moraes na decisão.

"Os documentos elaborados sobre a autoridade pública teriam a mesma identidade visual dos apócrifos elaborados pela estrutura paralela da Abin, conforme destacado pela Polícia Federal", diz o ministro.

Duas promotoras atuaram no caso entre 2018 e 2021: Simone Sibilio e Letícia Petriz. Na decisão, não é revelado o nome de qual delas teria sido monitorada.

CASO MARIELLE FRANCO

A vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados na noite do dia 14 de março de 2018. As investigações levaram à prisão de dois executores: o policial militar reformado Ronnie Lessa, por ter atirado na vereadora, e o motorista e ex-policial militar Elcio de Queiroz.

Uma reportagem do Intercept Brasil publicada no dia 23 de janeiro deste ano afirma que, em delação premiadaRonnie Lessa apontou Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), como mandante dos assassinatos. O conselheiro nega qualquer envolvimento no crime.