O senador Eduardo Girão (Novo-CE) chamou uma contadora de histórias para "performar", nesta segunda-feira (17), um suposto feto submetido a uma assistolia fetal — procedimento feito para interromper a gravidez após mais de 22 semanas do início da gestação. O momento "lúdico" ocorreu em meio a uma audiência pública no Senado Federal sobre o Projeto de Lei 1904/2024, conhecido como PL do Aborto, que equipara o procedimento após a 22ª semana ao crime de homicídio, mesmo em casos de estupro.
A contadora de histórias é Nyedja Gennari. Nas redes sociais, ela se descreve, também, como mãe, escritora, professora e arte educadora. No Senado, a profissional encenou em cerca de cinco minutos um texto fictício sobre um suposto feto submetido à assistolia. "Vou fazer uma apresentação extremamente difícil. Torçam por mim. Estou praticamente virada para estudar o texto. Um texto profundo, pesado", compartilhou ela nos 'Stories' do Instagram, momentos antes de se apresentar.
No parlamento, após a performance, a profissional disse: "Essa história, embora trágica, dolorosa, é um chamado à reflexão para que todos compreendam a seriedade e as consequências do aborto".
O Diário do Nordeste procurou o senador Eduardo Girão para saber qual exatamente era o objetivo da história durante a audiência pública e questionou se o texto partiu da contadora ou do mandato do cearense no Senado. A assessoria do parlamentar, no entanto, afirmou que não conseguiria responder à reportagem em tempo hábil.
Repercussão nas redes sociais
Nas redes sociais, o vídeo da história contada por Gennari tem viralizado. Em uma das postagens no X, antigo Twitter, muitos internautas relacionaram o momento a um "circo" e disseram que estavam se sentindo envergonhados.
"Que vergonha. Não passei dos 10 segundos. Não dá", escreveu uma. "Eu estou petrificada de tanta vergonha alheia", disse outra. "Que vergonha, cadê o debate?", criticou mais um.