O ex-presidente Jair Bolsonaro deve prestar depoimento "em breve" à Polícia Federal (PF) sobre a acusação de fraude em cartão de vacina. A informação foi divulgada em entrevista coletiva pelo advogado e assessor Fábio Wajngarten, nesta quarta-feira (3).
Segundo a defesa, Bolsonaro e toda a equipe foram "pegos de surpresa" com a operação policial.
"Cabe a cada um decidir se vai tomar a vacinação ou não. E a opinião do presidente sobre a vacina é notória e todo mundo sabe", pontuou o advogado.
Ainda conforme Fábio, o ex-chefe do Executivo Nacional teria entrado nos Estados Unidos às vésperas da posse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda com passaporte de presidente.
Wajngarten esteve na sede da PF para ter acesso os autos da Operação Venire, força-tarefa que investiga o possível envolvimento do ex-presidente na fraude em cartões de vacina dele, da filha Laura e de ajudantes.
Força-tarefa
A PF apreendeu o celular de Bolsonaro nesta quarta e cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do capitão reformado.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) foi às redes sociais dizer que não teve o celular apreendido no mandado de busca e apreensão em sua casa, em Brasília: "Apenas o celular do meu marido foi apreendido".
Conforme a PF, cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro.
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, foi preso no âmbito da força-tarefa.
Segundo o órgão, a inclusão dos dados falsos no sistema do Governo Federal aconteceu entre novembro de 2021 e em dezembro de 2022.
As investigações apontam que, com o ato ilícito, os beneficiados conseguiram emitir certificados de vacinação e burlar restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos.
O objetivo do grupo, de acordo com os investigadores, "seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19".