O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou mais 41 pessoas envolvidas nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, após sessões finalizadas na semana passada. A mais nova decisão judicial inclui uma cearense. Trata-se de Francisca Hildete Ferreira, de 60 anos, que foi sentenciada em 13 anos e seis meses.
Ela está entre os réus que foram condenados pela prática dos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Segundo o STF, a condenação também inclui o pagamento de indenização, a título de danos morais coletivos, no valor mínimo de R$ 30 milhões, que será quitado por todos os condenados.
A decisão acompanha o voto do relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, no qual aponta que o grupo tinha intenção de derrubar o governo democraticamente eleito em 2022. Ele observou que trata-se de um crime de autoria coletiva em que, a partir de uma ação conjunta, todos contribuíram para o resultado.
Ainda de acordo com o Supremo, as defesas alegaram, entre outros pontos, que as condutas dos réus não foram individualizadas, que os atos não teriam eficácia para concretizar o crime de golpe de Estado, que eles pretendiam participar de um ato pacífico e que não teria havido o contexto de crime multitudinário.
CEARENSES PRESOS E MONITORADOS
Entre as mais de 2 mil pessoas presas pela Polícia Federal (PF), logo após os ataques, em Brasília, havia um grupo de 26 cearenses, sendo 15 presos e 11 monitorados. Francisca Hildete Ferreira foi a última a ser liberada no ano passado.
No início deste ano, a Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização do Ceará (SAP) informou ao Diário do Nordeste que havia ainda outras 24 pessoas que são acompanhadas no Ceará por conta das ações praticadas no 8 de janeiro, além do cearense monitorado em Brasília. Desse grupo, 11 são mulheres e 13 são homens.