O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar a vacinação para crianças com idade entre 5 e 11 anos contra Covid-19, nesta quinta-feira (6). Ele ainda reforçou que não irá vacinar sua filha, Laura, de 11 anos, dizendo não ter conhecimento de crianças que teriam morrido em decorrência da doença, nessa faixa etária, para justificar a vacinação, apesar de números comprovarem a ocorrência das mortes.
"A minha filha não será vacinada. Uma das questões que a gente colocou, no Ministério da Saúde, e que você pai tem que saber: a Pfizer, dona dessa vacina, não se responsabiliza por efeitos colaterais. E a própria Anvisa, que autorizou a vacina, diz que a criança logo após a vacinação pode sentir falta de ar e palpitações. Eu pergunto, você tem conhecimento de uma criança de 5 ou 11 que tenha morrido de covid? Eu não tenho", disse o presidente.
A declaração foi dada durante entrevista a TV Nova Nordeste, de Pernambuco. Na tentativa de, novamente, colocar em dúvida a importância da vacinação das crianças, o presidente alegou que se "algum moleque que morreu de Covid" tinha "outra comorbidade qualquer". "Quando se trata de criança, não se deixe levar pela propaganda", disse. "Qual interesse da Anvisa e das pessoas taradas por vacina?", completou.
Mais de 500 crianças mortas por Covid
Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Vigilância da Gripe (Sivep-Gripe) apontam que ao menos 560 crianças entre 5 e 11 anos morreram de Covid-19 no País, segunda maior causa de óbitos na faixa, atrás apenas de acidentes de trânsito.
Bolsonaro voltou a pregar tratamento precoce e uso de medicamentos sem eficácia contra Covid e respondeu às críticas sobre suas constantes falas negacionistas. Disse que não poderia ser considerado um negacionista porque autorizou a compra de vacina.
O presidente voltou a se colocar contra a adoção do passaporte vacinal. "Da nossa parte jamais exigirei passaporte vacinal, até porque, você tá vendo gente com a terceira dose de vacina morrendo. Você viu agora pouco alguns navios de cruzeiro no Brasil, todos 100% vacinados, onde um número considerável de pessoas foram contagiadas pelo vírus", questionou.
O chefe do Executivo chamou de autoritária a ação de governadores que determinaram a necessidade do documento. "Nunca se viu isso antes".
Conforme o presidente, as vacinas compradas até o momento "é pra quem quiser tomar, em nenhum momento eu exigi que qualquer cidadão viesse a tomar a vacina".