Interlocutores do Palácio do Planalto informaram ao colunista Valdo Cruz, do G1, que o presidente Jair Bolsonaro foi convencido por aliados a tirar Milton Ribeiro do Ministério da Educação. O anúncio pode ser feito ainda nesta segunda-feira (28).
Segundo o colunista, houve aliados que orientaram uma licença do titular da Pasta, mas a maioria deliberou pela retirada dele. Valdo citou ainda que interlocutores alertaram para a possibilidade de a crise aumentar com a divulgação de novas denúncias.
Caso a demissão de Milton Ribeiro seja efetivada, quem deve assumir o posto é o secretário-executivo Victor Godoy Veiga.
Crise
A mais recente crise no Ministério da Educação começou após a divulgação de um áudio em que Milton Ribeiro admite priorizar o atendimento de demandas de prefeitos enviados à Pasta por meio dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.
No áudio, Ribeiro diz que a liberação de recursos foi um "pedido especial" de Bolsonaro.
"A minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar", afirma.
'Não viu nada demais'
Apesar da repercussão negativa, o ministro disse, no último dia 23 de março, que Bolsonaro não viu "nada demais" no áudio vazado e seguirá à frente da Pasta.
O ministro ainda declarou que não pode responder pelos pastores envolvidos no suposto escândalo de corrupção. Apesar da crise política, reforçou que não deixará o cargo por apego a ele.
"Presidente me ligou e disse: Milton, não vejo nada de mais que você falou no áudio e disse que eu estava gozando da confiança dele. O que Bolsonaro falou é que permaneço no cargo".