O procurador-geral da República, Augusto Aras, criticou a operação Lava Jato e a imprensa, nesta terça-feira (24), durante a fala inicial de sua sabatina na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado, para a sua recondução ao cargo.
Alinhado a Bolsonaro e apontado como excessivamente leniente em relação aos atos do presidente da República, Aras disse que optou por uma atuação mais discreta e técnica, não contribuindo para acirrar os ânimos em um momento de polarização política.
"Acredito que a eficiência na atuação do PGR não deve ser mensurada por proselitismos ideológicos, operações policiais espetaculosas ou embates na arena política", disse o procurador-geral.
Aras não citou em sua fala inicial as críticas de proximidade com o Palácio do Planalto. Buscou mostrar a independência ao afirmar que analisou criteriosamente todas as denúncias-crime que chegaram à PGR e que deu prosseguimento após esse processo, quando era o caso.
Centralização de dados
O procurador-geral também criticou as operações "espetaculosas" e defendeu a sua medida de centralizar os dados reunidos pelas procuradorias ligadas à Operação Lava Jato, o que muitos críticos apontaram como o golpe mais duro na operação.
"O modelo das forças tarefas, com pessoalização, culminou em uma série de irregularidades, tais como os episódios revelados pela Vaza Jato, a frustrada gestão de vultosas quantias arrecadadas em acordo de colaboração e acordos de leniência, por meio de fundos não previstos em lei", afirmou.
Aras também rebateu a crítica de não se posicionar em momentos delicados da vida política. "É dever dos membros do ministério público, mesmo com a liberdade de expressão que toque o exercício de sua atividade finalística não buscar os holofotes e nem buscar manifestar opinião pública".
Imprensa
Nesse momento, afirmou que parte da imprensa "abraça o jornalismo descomprometido com a credibilidade das fontes e descuidado em conferir a veracidade das premissas".