O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) está em processo de análise da situação do prefeito Uruburetama, José Hilson (PCdoB), acusado de uma série de abusos sexuais de mulheres nos últimos 30 anos. O gestor, que também é médico, preside a agremiação local, e pode ser expulso da legenda.
Figura histórica do PCdoB, Carlos Augusto Diógenes, o Patinhas, informou que o partido já havia iniciado o processo de expulsão do prefeito de Uruburetama quando foi tomado ciência de casos de abusos sexuais praticados por Hilson no passado.
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No entanto, desde 2017 o gestor é presidente da direção municipal do partido, em Uruburetama, de acordo com o site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). "Eu defendo que ele seja afastado. O partido, inclusive, já tinha tomado medida para afastamento dele", disse Patinhas.
O presidente estadual do PCdoB, Luís Carlos Paes, está viajando e não atendeu às ligações realizadas. Já o vice-presidente, Benedito de Paula Bizerril, que está em Fortaleza, afirmou que o processo de expulsão está em andamento desde 2018. Segundo ele, por conta das novas acusações, é possível que haja uma definição mais rigorosa do destino do gestor.
"Logo que surgiu denúncias no ano passado, abrimos processo disciplinar e o afastamos de todas as funções. Acompanhamos todos os procedimentos do Ministério Público e estávamos aguardando o Conselho Regional (de Medicina) colocar em pauta para julgamento", disse Benedito.
De acordo com o dirigente, com os fatos novos todas as medidas cabíveis devem ser tomadas. "No processo disciplinar, o partido pretende ouvir os dois lados", disse.
As medidas vão de suspensão a expulsão. Questionado sobre o fato de José Hilson ainda estar atuando como presidente do PCdoB de Uruburetama, Benedito afirmou que o prefeito não está participando de qualquer atividade da legenda.
O vice-presidente do PCdoB do Ceará chamou de "ato condenável" os abusos sexuais praticados pelo prefeito. No entanto, preferiu aguardar o andamento do processo interno contra o gestor de Uruburetama. "Como vou fazer parte do julgamento, não seria correto estar pré-julgando".