Aprovada na última quinta-feira (10) pelos vereadores de Fortaleza, a proposta que cria a lista de espera por sobras da vacina contra Covid-19, a chamada "xepa da vacina", foi uma sugestão dos parlamentares à Prefeitura, mas não tem efeito direto na logística de vacinação. O texto é um projeto de indicação de autoria do vereador Adail Júnior (PDT).
Ele funciona, portanto, como uma sugestão ao Poder Executivo. Para ser colocado em prática, o prefeito José Sarto (PDT) precisa acatar a indicação e enviar um projeto de lei com o mesmo teor para análise da Câmara Municipal.
Conforme a Constituição Federal, parlamentares não podem apresentar projetos que resultem em gastos para o Executivo. Então, quando um vereador tem uma ideia para melhorar a cidade que implica em custos à Prefeitura, ele faz uma indicação ao gestor municipal.
“Tive a ideia quando vi a quantidade de pessoas que foram chamadas para tomar a vacina e faltaram, não valorizaram esse trabalho. Por outro lado, muita gente chega perguntando por vacina, ansioso para tomar logo, mas não está no grupo de vacinação ainda”, explica Adail Júnior.
“Fizemos essa indicação porque não temos como obrigar a Prefeitura a fazer nesse sentido, mas serve para despertar. É uma decisão que parte dos técnicos, passa pelas comissões de saúde, pela Secretaria da Saúde e pode ser executada de imediato, não precisa passar pela Câmara”.
A proposta do pedetista é de que o cadastro seja disponibilizado pela plataforma Vacine Já para aqueles que se interessarem.
"As sobras ocorrem porque as vacinas podem vir em frascos monodoses (com uma dose) ou multidoses (com várias). Nesse último caso, cada frasco da vacina dispõe de dez ou até 12 doses e, uma vez aberto, o conteúdo tem que ser aplicado em, no máximo, oito horas. A redistribuição de doses remanescentes para evitar desperdício é algo comum em campanhas de imunização, mas ganhou destaque na vacinação contra a Covid-19", explica o parlamentar no projeto de indicação.
'Para somar'
“É uma ideia que vem para somar. Quanto mais pessoas vacinadas, melhor. E a proposta é justamente para não perder nenhuma dose. Imagine: uma pessoa que precisa sair todo dia para trabalhar, mas tem 20 e poucos anos e não tem chance ainda de tomar a vacina, enquanto várias pessoas que estão no grupo prioritário não vão tomar”, conclui o vereador.
Segundo ele, as pessoas cadastradas para a “xepa” seriam contatadas imediatamente por meio de chamada telefônica assim que as sobras fossem identificadas.