O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo participa de oitiva, nesta terça-feira (18), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura possíveis omissões do Governo Federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19. A audiência está marcada para iniciar às 9h.
Os senadores desejam que Ernesto Araújo explique a conduta da diplomacia brasileira durante a crise sanitária provocada pelo novo coronavírus.
ACOMPANHE O DEPOIMENTO DE Ernesto Araújo
A convocação do diplomata foi requerida por Marcos do Val (Podemos-ES) e por Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Segundo o parlamentar capixaba, enquanto Araújo esteve na frente do ministério o País "executou na política externa o negacionismo de Jair Bolsonaro na pandemia, o que teria feito o Brasil perder um tempo precioso nas negociações por vacinas e insumos para o combate à doença".
Já o senador sergipano tem o objetivo de obter informações exatas sobre os termos de atuação da pasta para conseguir trazer imunizantes e insumos médicos para o País.
Ernesto Araújo no governo
O diplomata era integrante da chamada ala ideológica do Governo Bolsonaro e teve atritos com diversos parceiros comerciais do Brasil, principalmente com a China.
O país asiático é o principal exportador da matéria-prima utilizada tanto pelo Instituto Butantan quanto pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na produção de imunizantes contra o coronavírus.
Em março deste ano, Araújo pediu demissão do cargo de ministro. Ele estava à frente da pasta desde 2018, início da gestão de Jair Bolsonaro (sem partido).
Embora sempre tenha enfrentado resistências por promover uma guinada ultraconservadora no ministério, a saída do diplomata do cargo foi selada após os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), terem se unido à coalizão para afastá-lo do governo.
Antes de anunciar a saída do cargo, um grupo de mais de 300 diplomatas publicou uma carta pública acusando a política externa de Araújo de causar "graves prejuízos para as relações internacionais e a imagem do Brasil" e pedindo a saída dele da pasta.
Pazuello recebe direito ao silêncio
Na quarta-feira (19) é o dia do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello participar da comissão como testemunha. O depoimento do militar é um dos mais aguardados pelos senadores.
Na última sexta-feira (14), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski concedeu habeas corpus que garante que o Pazuello possa ficar em silêncio nos casos de perguntas sobre si mesmo.
Entretanto, o advogado Zozer Hardman, que está auxiliando Eduardo Pazuello em sua preparação para a CPI da Covid, diz que o general tem intenção de responder a todas as questões dos senadores.
Cronograma da semana
- terça-feira (18): ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo.
- quarta-feira (19): ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
- quinta-feira (20): secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, a cearense Mayra Pinheiro.