A anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) repercutiu entre deputados federais e senadores cearenses. Correligionários do petista comemoraram a decisão, que também devolve os direitos políticos ao ex-presidente, enquanto parlamentares da oposição criticaram o julgamento feito pela Suprema Corte nesta quinta-feira (15).
O deputado federal José Guimarães (PT) celebrou a setença favorável ao ex-presidente. "Vitória da verdade, da justiça e do Estado Democrático de Direito", afirmou. Em uma série de publicações no Twitter, o parlamentar falou ainda de uma possível candidatura de Lula à Presidência, ao destacar que o petista está "elegível".
José Airton Cirilo (PT) acompanhou o correligionário nas comemorações após o julgamento do Supremo. "Lula goza da plenitude de seus direitos civis e políticos, é inocente e poderá, neste contexto, disputar as eleições presidenciais de 2022", disse.
Crítico a Lula, o deputado André Figueiredo (PDT) elogiou a anulação das sentenças do ex-presidente pelos ministros do STF. "Parabéns pela decisão. Queremos enfrentar o ex-presidente Lula nas urnas", afirmou o parlamentar. O PDT tem como pré-candidato à Presidencia da República o ex-ministro Ciro Gomes.
"A candidatura de Ciro é agora mais importante do que nunca", completou Figueiredo.
Apoiador do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Dr. Jaziel (PL) foi em sentido contrário aos colegas de bancada. Em publicação no Twitter, ele criticou a anulação das sentenças. "Revoltante! O Brasil não é para amadores".
O senador Eduardo Girão (Podemos) ressaltou a necessidade de acompanhar "todos os desdobramentos" da decisão para evitar o que, segundo ele, poderia ser "mais um ato do STF a favor da impunidade".
Julgamento no Supremo
A decisão de anular as sentenças contra o ex-presidente Lula foi tomada em julgamento realizado na tarde desta quinta-feira (15), no plenário do STF.
Relator da ação, o ministro Edson Fachin foi o primeiro a votar, mantendo a decisão que devolveu ao ex-presidente os direitos políticos.
Além dele, os ministros Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Luís Roberto Barroso votaram pela rejeição do recurso da Procuradoria-Geral da República (PGR). Nunes Marques, Marco Aurélio Mello e Luiz Fux votaram pela aceitação.
Os ministros ainda devem decidir se os processos devem ser remetidos à Justiça Federal do Distrito Federal ou de São Paulo.