Domingo de Páscoa. Lula vai ao interior do Maranhão para visitar as famílias atingidas pelas enchentes. Na companhia do governador do Estado, Carlos Brandão (PSB), o presidente adota medidas de urgência para aliviar o drama das pessoas. Mesmo com dificuldades na área econômica — atrapalhado por uma direção de Banco Central que mata o consumo com juros de 13,5% —, o que marcou os 100 dias do novo governo foi este zelo com a vida.
Lembrem-se como o ex-presidente, com o seu jeitão embrutecido, largou à própria sorte todas as vítimas das tragédias brasileiras, incluindo os eliminados pela Covid. Quando algumas regiões do Nordeste mais precisaram, o capitão, nem aí para a hora do Brasil, saiu a passeio no litoral paulista. Basta recordar das inundações na Bahia, no final de 2021 e início de 2022. Os baianos receberam apenas um tchau de desprezo. O negócio do homem era navegar de barco ou jet ski.
Outra ação importante no zelo com a dignidade das pessoas foi o resgate de 1.127 brasileiros, graças a iniciativas do Ministério do Trabalho, explorados pelo trabalho análogo à escravidão. É preciso eliminar essas cenas de um país que teima em flertar com o período mais vergonhoso da história.
Levantamento do portal “G1” mostrou que em 100 dias de mandato, Lula cumpriu 1/3 das promessas de campanha. De um pacote de 36, 13 projetos foram atendidos na totalidade e outros quatro foram cumpridos parcialmente. Nas realizações estão incluídas as retomadas do Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e Mais Médicos, programas vistos como vitrines dos mandatos anteriores do PT.
Qualquer balanço sensato tem que considerar, inevitavelmente, que este governo enfrentou, ao seu oitavo dia de existência, uma tentativa de golpe de Estado, com cenas de terror no Palácio do Planalto, Congresso e STF. Nossa Democracia escapou fedendo, como a gente diz no interior do Nordeste. Vade retro golpismo. E bola para frente.
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.