Treinador por 'decreto'

Confira coluna do comentarista Wilton Bezerra nesta sexta-feira (2)

No Campeonato Brasileiro cada clube poderá trocar apenas uma vez de treinador durante a competição.

Essa regra proposta pela CBF e aprovada pelos clubes componentes das séries A e B, ocorre pelo fato de ser o nosso futebol o que mais demite treinador no mundo.

A nossa posição sobre o assunto sempre foi muito clara: não advogamos que um técnico deva ser vitalício no cargo, somos contra a maneira desrespeitosa como o profissional é tratado.

E acrescente-se às demissões constantes um anabolizante político da cartolagem, no sentido de controlar a ira da torcida e defender o seu próprio lado nos momentos de crise.

Embora se reconheça a regra como oportuna, lamenta-se pela sua inocuidade.

Vai durar somente durante o Campeonato Brasileiro e, podem ter certeza que, até os que a aprovaram vão procurar burlá-la.

No Brasil, segundo o velho Cel. Chico Heráclito de Limoeiro Pe.(começo do século passado) “nas leis moles a gente passa por cima, nas leis duras a gente passa por baixo.”

Esse desenlace de clubes e treinadores bem que podia ser resolvido de forma sensata, clara e honesta, sem a necessidade de um “decreto” na hora das mudanças.

Interessante que, no passado, os treinadores chegavam a ser ignorados pelos seus trabalhos à frente de uma equipe de futebol.

Entanto, é curioso constatar que, na mesma medida em ganharam uma excessiva importância tornaram-se descartáveis.

Fortaleza e Ceará votaram contra a regra.