O Brasil já quis ser igual ao futebol que jogava.
Bonito, vitorioso, respeitado e que nos orgulhava.
Vejam só: o futebol pensado como modelo de funcionamento para o país.
Enfrentar os nossos dançarinos causava nos adversários até mesmo diabetes tipo 2.
Quando, tendo Pelé à frente, o Brasil foi tri, o futebol atingiu o seu ápice, ao ser reconhecido como Grande Arte.
Só que o tempo passou, o Mundo mudou e a nossa classe dirigente resolveu exercitar a sua mediocridade.
Como se não houvesse punição para esse pecado.
Ao absorver as mudanças, em parte, passamos a renegar a nossa essência.
Seremos sempre o que fomos um dia.
Aos poucos, fomos deixando de ser o Circo de Soleil do futebol que todo mundo queria ver.
O que foi construído dentro de campo passou a ser deteriorado fora dele.
Deixamos de oferecer o espetáculo e passamos a meros fornecedores de pé de obra.
De admirados nos transformamos em admiradores.
Enquanto isso, mergulhados em calendários asfixiantes, relutamos em abraçar novas formas de administrar a festa.