De origem elitista, o futebol foi inventado pelos ingleses lá pelos anos 1800 e mais algumas caqueiradas.
Logo depois, por ocasião da revolução industrial, passou a ser utilizado para que operários ingleses tivessem momentos de diversão nos intervalos da dura carga de trabalho que enfrentavam.
Fato é que se tornou instrumento poderoso para a classe proletária aplicar um drible na ordem social da época.
Já opinei, várias vezes, a respeito das causas que fizeram do futebol a modalidade esportiva mais apaixonante e popular do planeta.
Sempre achei que os fundamentos e a desnecessidade de muitas adaptações para sua prática foram fatores decisivos para a coisa “pegar”.
Entanto, gostaríamos de ir um pouco mais longe do que aquilo que todos nós sabemos, e fazer justiça aos inventores desse jogo, num momento de tantas e revolucionárias táticas.
Foram os ingleses que criaram as leis do jogo, os esquemas táticos, e suas modernizações, desde a pirâmide (2-3-5), passando pelo WM (3-4-3), daí surgindo todas as táticas, acompanhadas pelos seus fiéis seguidores escoceses, irlandeses e galeses.
O que mudou, a partir da evolução da preparação física e da medicina, foi o tempo para pensar dentro do jogo.
Ocorre, que, já naqueles tempos, não tivesse nos gramados gente de talento, o futebol teria pouca gente para apreciá-lo.
Aproveito a oportunidade para sugerir a série “The English Game”, pela Netflix, que narra a importância de dois craques - Fergus Suter e Jimmy Love – para a evolução do futebol.
Os ingleses sempre cultivaram um bom hábito: perder para o Brasil. Alf Ramsey, treinador campeão pela Inglaterra de 1966, portador de uma certa má vontade com o futebol brasileiro, foi derrotado com a sua seleção, em amistoso no Brasil, antes da Copa de 1966, pelo placar de 2 X 1.
Tostão, caído na finalização do segundo gol, arrancou um desabafo do “Sir” Alf Ramsey: “Como é possível ganhar de um time, cujo jogador fez um gol deitado”?