Sem pé, nem cabeça

Confira a coluna deste sábado (8) do comentarista Wilton Bezerra

Tem dias que é assim.

Na minha cabeça, bombardeada de informações, acentua-se o estranhamento. A mente ferve e o corpo padece. Parece até letra de música.

Se fica difícil a escolha de assunto, imagine o seu encadeamento. As frases são capturadas no ar, para formarem algum sentido.

O passado teima em não passar e o futuro não chega. Ou é a gente que não enxerga?

Visões de mundo, linguagens, ações e valores diferentes, convivendo sob o mesmo teto.

Os jovens se dividem em tribos, falando dialetos diferentes. Daqui a pouco, usaremos o silêncio como forma de comunicação.

Os moços duvidam que o novo tenha sido trazido pela mão do velho. Acham até que as únicas escolhas são as suas.

Há uma certa aflição e as pesquisas derrapam feio (se é que consegui dizer alguma coisa com essa frase).

Entre a inteligência e a intransigência, a gente vai levando a vida.

Prognóstico bom e certeiro é aquele feito depois que as coisas acontecem (essa frase pode, também, cair no vazio).

Somos convencidos de que é preciso deixar tudo por menos.

Sim. A palavra denegrir pode parar de ser usada. Tem racismo impregnado nela.

Não podemos ser reduzidos apenas por uma declaração política. Mas, é bom entender que somos aquilo que defendemos. É por aí.

No mais, urgente se torna  encerrar essa crônica (sem pé nem cabeça), enquanto é tempo.

Depois, vocês me dizem.