Começo essa crônica com a impressão de que já a escrevi tempos atrás.
De qualquer forma, acreditamos que com palavras e frases diferentes. Nunca se sabe.
Quem não é vítima das repetições? Então, vamos lá.
Essa tirada sartreana de que "o problema são os outros" é muito mais esticada em sua compreensão do que imagina a nossa paupérrima filosofia.
Sugerimos uma consulta ao intelectual juazeirense Carlos Cláudio, para um mais profundo mergulho nessa água morna e mansa.
Isso não nos impede de dar um toque pelas beiradas do nosso entendimento com relação ao indispensável outro.
Ora, sem o outro, a vida não tem sequência. A gente vai mostrar a quem os nossos feitos?
"Deixa eu dizer prá tu" (forma de iniciar uma conversa, do filósofo Mossoró, do SVM): como chegar à área adversária, sem uma tabela com o outro?
Não se chega a lugar nenhum, sem um ataque apoiado. Perguntem aos técnicos e jogadores.
Outra. Sem Jane, o musculoso Tarzan teria berrado para o mato e os gorilas a vida toda. Certamente que usaria os cipós com intenções suicidas.
Pense em um rei momo sem rainha. Morreria na quarta- feira de cinzas, vítima do mais cruel abandono da parceira.
Experimentem viver em uma ilha, por mais paradisíaca que seja, apenas com o desenho de um rosto em um coco para puxar um papo somente com perguntas. Nem radinho de pilha ajudaria, criatura.
Antônio Maria, grande jornalista e compositor, mesmo cantando a solidão, não dispensou a companhia de uma leoa. Só para lembrar: foi casado com Danusa Leão.
Eu não disse que o pitaco sobre o assunto seria apenas pelas beiradas?
Se misturei alhos com bugalhos, paciência.