Se o Brasil ganhar o Mundial

Confira a coluna desta quinta-feira (10) do comentarista Wilton Bezerra

O Brasil de Tite pode, de repente, até ganhar o próximo Mundial.

Essa competição é adequada para quem consegue ficar em pé durante sete jogos.

A receita: faz um híbrido tático, dispensa obediência rígida à nossa essência futebolística e bota o "pé na carreira".

Tudo em nome do pragmatismo, que torna obrigatória a eficiência coletiva acima do individual.

O mais é decoração para as janelas.

Isso significará uma "ressuscitação" do futebol brasileiro ?

Digo logo que não.

O nosso popular esporte só voltará a funcionar vitorioso através dos clubes.

É falso dizer que a saúde do futebol brasileiro é garantido pelos resultados obtidos pela Seleção.

É bom, dá prestigio, mas não aponta caminhos a serem seguidos.

Tonto no meio da avenida, o nosso jogo preferido ainda não disse ao vento para onde pretende seguir.

Depois de uma conquista de Mundial, certamente que os nossos jovens valores continuarão a ser exportados para o exterior.

E exportar jogadores não é sinal de riqueza, mas de pobreza.