Sua economia de toques na bola contrasta com a fartura de gols que oferece.
Parece ser uma figura invisível entre os zagueiros adversários. Quando a bola lhe chega aos pés, ajeita o corpo em um átimo.
A finalização é como a métrica poética. Bem encaixadinha. Nem atrasada, nem adiantada. No momento certo.
Flerta, namora e casa com o gol, durante o jogo. Ô homem para gostar de casamento.
Para quem aprecia o futebol pelo lado estético, os seus gols são obras irretocáveis.
De onde veio esse Gérman Cano, minimalista e especialista em refinar o jogo?
Da vizinha Argentina, onde sequer é convocado para a seleção do seu País.
Só precisa de um pequeno espaço em campo para se conectar com a beleza. É um lírico, tenham certeza.
Nas combinações ofensivas, pactuou com os companheiros a assinatura final. E que assinatura!
Os seus gols, como o assinalado contra Vasco, doem menos nas torcidas adversárias.
Dá-lhe, Cano!
Os nossos olhos agradecem.