Ao acompanhar Bayern de Munique e Atlético de Madrid, duas equipes da Liga dos Campeões a ostentar condições salubérrimas em termos técnicos e financeiros, meu pensamento voa para as dificuldades financeiras de grandes clubes do nosso futebol.
Como se sabe, a bilheteria dos estádios foi, por muito tempo, a maior receita dos clubes do futebol brasileiro.
Claro que havia, também, como já focalizamos em narrativas anteriores, a participação inconstante dos dirigentes endinheirados.
Eu mesmo flagrei, no velho PV, dirigente de time grande autorizando o retardamento no horário das partidas noturnas, para aguardar o término da novela das oito da TV, a fim de “engordar” o “apurado”.
Por isso, não entra na nossa cachola que, depois de um aumento extraordinário de receitas para os cofres das equipes, se acompanhe o estado de penúria financeira de gigantes como Vasco da Gama, Fluminense, Cruzeiro, Santos, Vitória, Sport Recife. Botafogo e muitos outros.
O primeiro grande perigo é que as fases ruins continuem e tornem essas equipes cada vez mais desinteressantes para os patrocinadores.
Quem vai querer associar a sua marca a times que acumulam fracassos seguidos, atolados em déficit de caixas e dívidas fiscais?
Depois, o que mais embaralha o nosso raciocínio é o fato de como todo o entorno do futebol - empresários, jogadores, TV, patrocinadores, imprensa e federações - ganha dinheiro.
É muita coisa em jogo, para que a gestão do futebol perca tempo em discussões inócuas sobre pontos corridos ou mata-matas, como forma de aumentar a média de público, numa espécie de retorno ao passado.
Como o que não falta é gente maluca, já teve quem sugerisse fusão de clubes (como se faz com grandes empresas), para resolver o problema do produto futebol.
Por que isso ocorre? Talvez, seja uma pergunta inocente do comentarista.