Os números e a Seleção

Veja a coluna desta segunda-feira

Antes do anúncio de Tite sobre os convocados para a Copa do Mundo, a comissão técnica da seleção brasileira ostentou números.

A ciência pode nomear os órgãos de um pássaro, mas jamais conseguirá explicar a beleza do seu canto. Poeticamente, foi isso que disse Manoel de Barros.

É por aí, que números não explicarão jamais o futebol e seus mistérios.

Devo dizer que estatísticas nunca me ajudaram a entender esse jogo sedutor.

Dito isso, saiu a lista dos que vão ao Qatar, ambicionando o título. Sim, porque o homem sem ambição é uma impossibilidade.

Uma certa birra pela convocação de Daniel Alves e sua idade avançada. Ora, os tubarões ficam velhos e continuam mordendo.

Na relação, quase todos atletas jogam na Europa em competições de alto nível.

Quanto a isso, nenhuma surpresa. O futebol brasileiro vende seus artistas e não o espetáculo.

No mais, é esperar que o Tite e seu amor à prancheta não tornem a seleção um programa de computador na hora de enfrentar os europeus.

Sabemos, sim, que futebol hoje é intensidade e velocidade no ataque, na recomposição e nos sprints, sem muito tempo para respiração, colocação do maior número de jogadores no ataque.

O coletivo e o individual juntos, com a determinação para sequer emprestar, quanto mais dar a bola ao adversário.

Aliás, diante da velocidade do jogo hoje em dia, se Nelson Rodrigues estivesse vivo, não diria que "a velocidade é um prazer de cretinos".