Os cínicos

Confira a coluna deste sábado (10) do comentarista Wilton Bezerra

Nessa tropicalista pátria, bonita por natureza, existem coisas que poderiam dar em "alguma coisa", mas que não dão em nada.

Quem manda não ter justiça para valer.

Já foi dito: "Para se conseguir alguma coisa no Brasil, é preciso carregar uma enorme carga de cinismo".

Não sei, confesso, se nosso País viveu uma era de cinismo maior que a atual.

Aqui, o sujeito é flagrado pela policia com uma mala de dinheiro de origem "desconhecida" nas costas, e diz cinicamente: "Tira isso de perto de mim. Não me pertence. Imagina."

Não pertence mesmo. Chegou às suas mãos através de tenebrosas transações. Geddel Vieira Lima e outros, mais outros e muitos mais outros que o digam.

Certamente que, na caça à gatunagem nessa banda verde amarela do Mundo, Durango Kid já teria fracassado.

Chegaria cedo à conclusão de que "enxugar gelo" seria mais negócio.

Por aqui, os justiceiros analógicos pularam, faz é tempo, para o digital.

Se moderniza, mascarado do cavalo branco.

Em se corrompendo, tudo rola, mano. A ordem é se dar bem.

Certa vez, ouvi declaração inusitada sobre um homem público enrolado: "Ah! Esse é meu bandido predileto".

Mas, sabem, existem os cínicos que são engraçados, bem humorados.

Um francês chamado François Rabelais, padre, médico e escritor, escreveu no testamento para os seus herdeiros: "Nada tenho, devo muito. O resto eu deixo para os pobres."

Vai ser cínico assim na "baixa da égua”!