O problema da quadra invernosa no Nordeste é a irregularidade das chuvas, o que põe em dúvida se, na Vida Severina, é hora de ir ou de voltar.
Como uma marca de ferro que fere e não se desfaz, no futebol deste Saara brasileiro acontece a mesma coisa.
Por isso, o Nordestino tem que ser antes de tudo um marrento e encarar essa coisa “reimosa” como destino.
Aplaudidos pelo desempenho no Campeonato Brasileiro de 2019, Fortaleza e Bahia habitaram, perigosamente, a periferia da zona de degola durante o 2020 que terminou este ano.
Mais do que irregulares, foram muito mal mesmo os dois Tricolores .
Mostrando que sofrimento para dois é muito, o Sport do Recife resolveu ser “solidário na dor” como diz uma composição de Adelino Moreira na voz de Nelson Gonçalves.
Emergindo da Série B, o Rubro-negro da Ilha do Retiro agarrou-se à Série A como um náufrago em desespero.
Escapou encharcado de suor e sofrimento, para não deixar a bancada nordestina tão desfalcada de representantes.
Coube ao Ceará segurar a bandeira da resistência regional depois, claro, de comer o pão que o diabo passou por cima nos dois anos anteriores.
Esse Nordeste pode ter sido inventado, mas é bonito.
Só que nele a vida é dura, seu moço.