O 'falso nove'

Confira a coluna desta quinta-feira (17) do comentarista Wilton Bezerra

Tite pode ter o número de atacantes que quiser. Mas, precisa ter, também, quem crie jogadas para eles.

Por falar nisso, é recorrente a questão do falso nove. Nos labirintos táticos de Tite, pode ser até o Neymar.

Aliás, não sei porque tratam de "falso" o jogador que cumpre a função de centroavante com mais classe e mobilidade.

O bafo é o seguinte: quando atacantes "cascas-grossas", "tanques" e rompedores, como Dario, Geraldão e outros surgiram, fazendo gols, foram definidos como típicos.

Como Zagalo, na Copa de 70, fugiu desse figurino, escalando o classudo Tostão, à frente de Pelé e Jairzinho, criou-se o "falso nove".

Desde então, concluiu-se que o típico nove não precisa ser "grosso", pouco móvel e "ruim de tabela".

Quer dizer: a função de finalizador continua existindo, só que dentro de uma nova dinâmica de jogo.

Entanto, o futebol ainda apresenta uma definição muito clara entre jogadores criativos e outros mais trabalhadores para que um time se complemente.

A idéia do irreverente zagueiro Sapenha do Fortaleza nos anos 50/60 já apontava para distinções: "Nas cobranças de falta, os casados marcam e os solteiros ficam na barreira".

Tratamento diferenciado para os que tinham familia para criar e não podiam ser vítimas preferenciais dos chutes fortes dos cobradores.

São as adequações.