Futebol e o muro das lamentações

O inicio da temporada esportiva repete, a cada ano, o mesmo tipo de reclamação por parte de clubes e jogadores: o calendário da CBF.

Ao encavalar competições, a programação insana já começa em janeiro, reduzindo para 15 dias a fase de preparação dos times.

Interessante disso tudo, é que os clubes são os maiores responsáveis pelo problema, ao delegar à CBF a liberdade para desenhar os seus destinos.

Então, não tem jeito: jogadores mal preparados não podem oferecer bons espetáculos, para desespero do cliente – o torcedor.

Sabe-se que uma das razões do fascínio que o futebol exerce é o gosto pela disputa, o prazer de jogar.

Sem isso, quem está no jogo acaba torcendo pelo final da brincadeira, por exaustão antes do tempo.

Ceará e Fortaleza, que já iniciam suas participações no estadual, fizeram suas estreias na Copa do Nordeste, no final de semana passado.

O tricolor de Rogério Ceni, com o privilégio de contar com a mesma formação que fez bonito no ano passado, não conseguiu fugir do 0 a 0 diante do Vitória, no Barradão.

Bastou uma pressão de baixa intensidade dos baianos, no começo do jogo, para que a zaga e o goleiro Felipe Alves vacilassem.

O primeiro tempo foi duro de aguentar, sem nenhuma finalização no alvo, e a segunda etapa reservou, pelo menos, algumas chances de gol para tricolores e rubro-negros.

O maior esforço feito por peças individuais importantes como Osvaldo, Romarinho, Wellington Paulista e Juninho, foi o de arrumar as malas para viagem.

Em um PV vazio, o Ceará conseguiu contribuir para uma melancolia ainda maior no velho estádio, ao empatar com o Frei Paulistano em 2 a 2.

Se no tempo inicial, o time de Argel Fukcs inibiu o adversário, com dois gols em 18 minutos, na fase derradeira, quando os sergipanos aprumaram o xote e passaram a fustigar, o Ceará afundou em cansaço e cãibras, permitindo o empate.

Prass fez duas grandes defesas no jogo, Vinícius realizou um bom primeiro tempo e as novas caras – Tiago, Charles, Rogério e Rodrigão precisam de uma maior avaliação.

Enfim, todos recomeçam em situação de penúria física, portanto, em condições de igualdade.

A nós, cronistas e torcedores, resta observar e analisar atuações em cima do que nos é oferecido.

Melhoras.