Do alto do seu farol, onde tem trazido moderna iluminação para o futebol, Guardiola concluiu que se ganha jogos de todo jeito, donde se imagina que o mesmo possui modelos para perder e empatar.
Só que este guru do futebol tático revolucionário teve sempre, à sua disposição, magos capazes de encantar a cada lance, privilégio que não se concede a um Francisco Diá, por exemplo.
Mas, cada um tem o seu jeito de criar e resolver as coisas, modo de andar, dirigir pessoas e sorrir.
No nosso caso, gostamos de lembrar dos amigos que se foram, não pelos seus infortúnios, mas pelos seus jeitos de sorrir.
O itinerário dessa prosa, pelas beiradas, pavimenta o caminho para falarmos dos jeitos de atuar de Ceará e Fortaleza.
Aliás, os “neo-entendidos” do ludopédio têm um novo dicionário para modernizar a linguagem do futebol, o que nos parece pedante. Mas, com um pouco de esforço dá para sair vivo ao final do texto.
O Fortaleza de Rogério Ceni já escolheu suas armas, desde a chegada do ex-goleiro do São Paulo ao Picí.
Desde o 4-2-4 e suas variáveis, assim como a ação reativa, com rápida transição (nova designação de contra-ataque), contando com jogadores de características apropriadas para tal.
No jogo contra o Náutico, em Recife, abriu mão do centroavante de ofício (Cariús e Wellington Paulista no banco) e fez três gols com jogadores que atuam pelas “beiradas” (nova designação para extremas, ponteiros, etc, etc.)
A “jóia” (novo tratamento para revelação) do Flamengo, Yuri, marcou um e Deivid e Bruno Melo (das “beiradas”) marcaram, também.
Esse Rogério...
O Ceará, de Enderson Moreira, parece inclinado à uma postura mais “conservadora” (confesso que não entendo bem o que isso quer dizer) na ocupação racional de todos os setores de campo.
Pelo empenho do time, é como se cada pedaço do gramado se prestasse a uma “ mini-reforma agrária”. Olha que terra e capim tem tudo a ver. Estou falando sério.
Não deixa de ser ponto de partida para variadas manobras, desde que uma formação duradoura auxilie.
Infelizmente, na partida de ontem, contra o Sport, apesar da vitória de 2 x 1, os sinais animadores de um primeiro tempo em campo ruim, diante do Vitória, sumiram substituídos por um futebol agônico e enroscado.
Não tivesse Leandro Carvalho colocado o coração no jogo, o resultado teria sido negativo.
Bom, espero não ter usado um palavreado excessivamente empolado, tão ao gosto de muitos.
Pelejo para ser erudito e não consigo.