Em matéria de futebol brasileiro, pode se dizer que, antes da pandemia, os primeiros meses do ano foram período para esquentar tamborins, apenas.
Dessa forma, qualquer análise geral prende-se ao término da temporada 2019 e a herança que esta possa ter deixado.
Não há dúvida de que o grande acontecimento foi o futebol jogado pelo Flamengo, deixando os seus oponentes nacionais na poeira e ensejando análises comparativas em termos de América do Sul e Europa.
Embora se mostrando à altura de um campeão da Libertadores, na derrota rubro-negra para o Liverpool, ficou patenteado que se joga um futebol superior no Velho Mundo.
Fora disso, diga-se que a situação é preocupante em termos de futuro.
Grandes times em crise e os mesmos problemas de calendário, num futebol que se organiza mal e de forma superada.
Vamos trazer exemplos de duas grandes equipes e suas políticas de gestão: Flamengo e São Paulo.
O que o time carioca fez foi: atender ao mercado europeu, com jogadores na faixa de 20 anos, fazer dinheiro com isso e trazer valores sem espaço na Europa. Afora outros exemplos: Vinicius Jr. e Lucas Paquetá se foram e vieram Felipe Luiz e Rafinha.
Sem se falar em Gabigol e Gerson, que saíram do Brasil e voltaram.
Deu certo, como podia dar errado.
No São Paulo, a aposta continuou sendo a venda de suas “ jóias” forjadas na cotia e a contratação de medalhões, como Daniel Alves, Juanfran e Pato.
Deu errado.
Muito dinheiro gasto no que se mostrou “pastel de vento”.
Como desta forma, só nesses dois exemplos, rubronegros e tricolores terão, no futuro, ídolos do naipe de Kaká e Zico?
Portanto, o que restou da temporada passada, ficou para moldar um cenário atingido pela pandemia.
Para não dizerem que não falei do nosso futebol, vá lá: dentro das nossas possibilidades, foi tudo ótimo, com boas perspectivas. Tirando-se, neste começo de ano, os estragos da pandemia.
O Ceará, com maiores sobressaltos, logrou continuar na elite, marcando boas médias de público.
O Fortaleza manteve e reforçou o elenco, garantindo a direção segura de Rogério Ceni.
Depois que a maré baixar, tricolores e alvinegros não serão flagrados nadando nus, ao contrário de muitos times do Brasil.