Pois é, o árbitro de vídeo está tornando o futebol um acontecimento cheio de solenidades, para dissipar dúvidas por milímetros em matéria de impedimento, faltas cometidas e, se brincar, resolvendo até briga de vizinhos.
O jogo contra o Peru valeu pontos por ser de Eliminatórias, teve a sua utilidade, é bem verdade, mas continuo achando que teste para valer tem que ser contra um adversário europeu.
Vejam que a trajetória do Tite à frente da seleção brasileira foi muito bem sucedida contra adversários sul-americanos. O caldo começou a ficar grosso, quando vieram os amistosos contra seleções europeias até desfalcadas.
Mas, vamos lá, com relação aos relatos do treinador brasileiro, dentro de leque de opções no modelo de jogo desejado.
Antes da conversa ser iniciada, Carrillo acertou um limão e abriu a contagem para o Peru, sendo acompanhado por Gonzales, que quase marca o segundo, num escorregão de Rodrigo Caio, que havia substituído Marquinhos.
De um 4-1-4-1 anunciado, o Peru fazia, mesmo sem a bola, duas linhas – uma de cinco, outra de quatro e somente Farfan na frente.
Depois que a temperatura foi normalizada, o Brasil mostrou a sua superioridade, diante da valentia peruana.
Vamos a alguns aspectos, começando pelo meio-campo, com Casemiro e Douglas guardando posições na linha de volantes.
Douglas, mais pela esquerda, em combinação com Lodi, que apoiava com a segurança de cobertura dada pelo primeiro, que também atacava.
Muito desembaraço dos dois no setor, já que Neymar jogou mais pelo centro, buscando a aproximação maior com Philippe Coutinho.
Richarlison, pela direita, não conseguiu, com a freqüência desejada, a entrada na diagonal, segundo Tite, uma das maravilhas do mundo que o atacante consegue fazer.
Firmino, que prefere ser assistente, jogando como centroavante de referência e, diríamos, nada do que a teoria do Tite amplia na forma da seleção jogar.
As entradas de Evérton Ribeiro e Cebolinha foram as mexidas de melhor resultado e deram mais agilidade ao time.
Quando o Peru se metia a brabo e atacava, cedia espaços preciosos para que a seleção marcasse os seus gols, entre eles, através de uma penalidade Mandrake em Neymar.
Por falar em Neymar, por entender que faz o que quer na seleção, busca chamar a atenção para si, como se precisasse disso, através do individualismo, que, muitas vezes, atrapalha e, também, pelos atritos constantes com os adversários, por tolices.
O que causou espécie foi tomar dois gols do Peru e, por pouco, não tomar até mais, se Weverton não tivesse feito difícil defesa, num chute de Trauco, no segundo tempo.
Próximo jogo contra a “grande força” do futebol sul-americano: a Venezuela.