O Ceará aguentou o tranco quando a estrada se mostrou com falhas na pavimentação.
O Fortaleza não se deu bem na troca de estações durante a viagem.
Há bastante tempo, quando o futebol era mais lento, jogador que corresse cinco quilômetros numa partida se considerava satisfeito com o feito.
Por volta dos anos 70, em contato com o saudoso treinador Moésio Gomes, fui indagado sobre um jogador do Guarani de Juazeiro chamado Bié.
Informei que se tratava de um ponta driblador e rápido, no que fui interrompido pelo “Painho” (Moésio era tratado carinhosamente assim) com o pedido de outra informação:
“Ele já parte com cem quilômetros” ?
Fiquei sem saber responder sobre essa história de quilometragem desenvolvida por um jogador de futebol.
Um bom tempo depois, quem acompanha o futebol sabe perfeitamente que correr mais pode não ser fator único para o sucesso de um time de futebol.
Mas, que pesa muito a favor é uma verdade inarredável.
Me perguntam sobre o futebol jogado pelo Ceará e, se sua boa posição na tabela é justificada pela qualidade de jogo.
Importante adiantar que se ganha e se perde, jogando dentro dos mais variados estilos de jogo.
Até mesmo o futebol dito “feio” pode virar paradigma.
Aliás, o Ceará mostra-se despreocupado com o papo de que “feio não é bonito”, mesmo porque essa questão possui boa carga de subjetividade.
Sobre o alvinegro, respondo de chofre que usa músculos e coração como poucos na competição.
Para isso, precisa estar com a condição física rigorosamente em dia, sob pena de se tornar vulnerável, a exemplo do que ocorreu em jogos recentes, apesar do maior número de resultados positivos.
No caso do tricolor, a primeira providencia é erradicar essa história de “Fortaleza de Rogério Ceni” e encontrar uma organização de jogo que obedeça um padrão normal.
O Leão foi tocado nos últimos anos por estilo anímico, resultante das reformulações em todos os seus setores e não somente por um estilo autoral de treinador.