Angu é uma papa de milho que, na sua feitura, exige ser mexida constantemente para não queimar e ficar “pregando” no fundo da panela.
O que foi o “carrossel holandês” senão um sistema de jogo onde todos atacavam e defendiam, incessantemente, sem posição fixa, marcando no campo todo e asfixiando o adversário como se fosse uma papa em combustão que precisava ser mexida?
Dirigido pelo revolucionário Rinus Michels e comandada dentro de campo por Cruyff, um dos maiores jogadores da história, a seleção da Holanda foi a sensação da Copa de 1974 e deixou valoroso legado ao futebol com o seu “carrossel”.
Bem antes disso, dirigindo times e seleções em Juazeiro do Norte, terra do Padre Cícero, o treinador Praxedes Ferreira antecipou-se a essa novidade tática lançando o seu “sistema angu”.
Uma receita tática futebolística nordestina, com todo espírito do que viria oferecer o “futebol total” da “laranja mecânica”.
Numa das suas agitadas preleções, o “Xexa” (tratamento carinhoso) usou, inconscientemente ou não, a palavra angu como metáfora para a forma de jogar do seu time.
“Todo mundo se mexendo para não queimar, era a lógica avançada de um treinador do sertão do Ceará chamado Praxedes Ferreira, “o intuitivo”.
A diferença que permeou as descobertas, aqui e lá, foi de ordem promocional.