Me causou espécie a explanação de um treinador sobre uma equipe competitiva para o futebol de hoje.
Atacar, marcar, retomar, fazer transição rápida, (sem tempo para o respiro) asfixiar e liquidar, psicologicamente, o adversário.
Fiquei pensando, com os meus velhos botões, qual o momento que essa equipe se dedicaria ao ato de jogar futebol.
A forma mecânica exposta não guarda semelhança com o nosso ludopédio e fica igual às casas bancárias no auge da roubalheira: nem pareciam agências.
Se lembram da publicidade coincidente?
Ao mesmo tempo, pergunto se a sociedade de desempenho e resultado que nos rege não vai destruir a essência do nosso jogo preferido.
Só que é o seguinte.
A rapaziada, de um momento para o outro, passou a sentir a falta de um pandeiro, um cavaco, um tamborim e da arte do futebol bem jogado.
Nem os resultadistas aguentam mais os efeitos deletérios de um futebol feio.
O Ceará, desalojado da oitava posição, não amaldiçoava os seus resultados, mas, também, não gostava do futebol praticado pela equipe.
Passou a emular com o pensamento, segundo o qual, jogando de forma eficiente e vistosa, abriria maiores possibilidades de vencer convencendo.
Por isso, demitiu Guto Ferreira e contratou Tiago Nunes.
Caso as teorias do novo treinador (se confessa um acadêmico) se confirmem, vem coisa nova, a partir de domingo.
Não estou falando de certezas. Isso não existe no futebol da “caixinha-2” de surpresas.
A poetisa Adelia Prado assegura que certeza demais é loucura.