Antigamente, o treinador de futebol não dava muitas explicações sobre o jogo porque não merecia muita atenção dos entrevistadores.
Hoje, eles são sufocados pelas enfadonhas “coletivas”, falam pelos cotovelos, dão as mesmas respostas porque as perguntas são as mesmas.
Afora esse aspecto, geralmente fazem uma leitura do jogo que nem sempre convence, a exemplo de Guto Ferreira no jogo contra o Atlético Mineiro.
Com dez, o time mineiro fez uma modificação para jogada de contra ataque, tudo passou na janela e só o treinador não viu.
Quase perde o jogo.
Sem se falar em algumas análises de atuações de jogadores como Leandro Carvalho e Lima, consideradas, aqui e ali, quase perfeitas por ele.
Menos, menos.
Chamusca é craque em “esticar a baladeira” produzindo um verdadeiro ensaio em cima de uma prosaica jogada.
Colocou o Fortaleza em posição exageradamente defensiva contra o fraco Botafogo e ainda deitou falação com o sorriso no rosto.
E tome retórica.
Tite, treinador da seleção brasileira, nos parece ser um modelo para todos eles, um verdadeiro guru, especialista em complicadas explicações sobre coisas simples do futebol.
É bom lembrar para estes senhores o seguinte: Sócrates, pai da filosofia ocidental, questionou o fato de ser a retórica mais ou menos equivalente a estar certo.
Por isso, criou a dialética, uma forma de encontrar a verdade por meio de uma tese que dá origem à ideia oposta, a antítese, chegando-se a síntese que contém a verdade.
Ah, agora exagerei. Basta, vamos ficar por aqui. O futebol carece de análises mais simples.